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“Transparência Internacional é tão transparente quanto Moro e Dallagnol”, diz Gleisi

A presidente do PT comentou a decisão do ministro Dias Toffoli (STF), que determinou investigação sobre o conluio entre a ONG estrangeira e a Lava Jato

Da esq. para dir.: Gleisi Hoffmann, Sergio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: Gustavo Bezerra | Lula Marques | ALEP)

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247 - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), destacou nesta segunda-feira (5) as ilegalidades do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e do ex-deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo-PR), ex-juiz e ex-procurador da Operação Lava Jato, respectivamente. 

A parlamentar fez o comentário após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinar investigação sobre a atuação da ONG estrangeira Transparência Internacional no Brasil. Em 2021, o mesmo STF declarou a suspeição de Moro nos processos da Lava Jato em primeira instância.

"STF pede investigação sobre a atuação da ONG Transparência Internacional no Brasil. Vê a conduta da organização como 'duvidosa', diante do envolvimento com a tal fundação que a Lava Jato tentou criar pra se apropriar de bilhões de reais em multas que deveriam voltar aos cofres públicos. A ONG é tão transparente quanto a atuação ilegal de Deltan e Moro", escreveu Gleisi. 

Investigadores querem mais detalhes do conluio entre a Organização Não-Governamental e a Operação Lava Jato no Brasil. De acordo com informações publicadas em 4 de agosto pelo Consultor Jurídico, a ONG estrangeira "tentou ser sócia dos lavajatistas no desvio e apropriação de fundos totalizando R$ 4,8 bilhões oriundos de acordos de leniência firmados com a Petrobrás e a JBS".

Uma das linhas de investigação determinada pelo STF deve ser a relação entre autoridades dos Estados Unidos e a Lava Jato. Uma matéria do jornal francês Le Monde que denunciou um conluio entre EUA e Lava Jato. Segundo a reportagem, publicada em 2021, começou em 2007 o estreitamento das relações entre os EUA e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que, em 2014, seria juiz da Operação Lava Jato, com início naquele ano. 

Conforme a reportagem da publicação francesa, em 2007, autoridades norte-americanas estavam irritadas com uma suposta falta de cooperação dos diplomatas brasileiros com os EUA no combate ao terrorismo. Naquele ano, Moro foi convidado a participar de um encontro, financiado pelo departamento de estado americano, seu órgão de relações exteriores. O convite foi aceito. Ele fez contato com representantes do FBI, do Departament of Justice (DOJ) e do Departamento de Estado dos EUA (equivalente ao Itamaraty).

Anos depois, final do governo Lula e início da gestão de Dilma Rousseff, autoridades estrangeiras, com destaque para um grupo anticorrupção da OCDE, influenciado pelos EUA, pressionaram o Brasil a ter leis mais duras de combate à corrupção.

Em 2014, quando começou a Lava Jato, Moro passou a ser o juiz de primeira instância jurídica, em Curitiba (PR). De acordo com os diálogos divulgados pela Vaza Jato, o então magistrado interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas apenas por promotores, para, em seguida, o juiz decidir se denuncia ou absolve a pessoa investigada.

Um dos diálogos da Vaza Jato mostrou que, segundo o então procurador Deltan Dallagnol, alguns procedimentos jurídicos da Lava Jato dependiam de "articulação com os americanos".

Atualmente, Moro aguarda um julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), que pode cassar o mandato dele, acusado de abuso de poder econômico. 

Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato de Deltan Dallagnol com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatura de integrantes do Ministério Público se houver pendência de análise. 

Também no ano passado, o STF manteve a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a Dallagnol o pagamento de R$ 75 mil ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por causa da apresentação do PowerPoint em 2016, quando o então procurador da Lava Jato denunciou o petista sem provas. Cinco anos depois, o Supremo devolveu os direitos políticos do atual chefe de Estado. 

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