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    Brasil retoma industrialização como política de Estado com foco na economia verde, diz Rafael Luchesi

    Em entrevista à TV 247, o diretor do CNI defendeu o papel central do BNDES na atração de investimentos estrangeiros

    Rafael Luchesi (Foto: Reprodução/CNI)

    247 - O Brasil está, finalmente, retomando uma política industrial, desta vez como uma política de Estado, afirmou Rafael Luchesi, presidente do Conselho de Administração do BNDES e diretor de desenvolvimento industrial da CNI, em entrevista ao programa Desenvolvendo Brasil, da TV 247. Ele destacou que o país segue uma tendência global, em que diversas nações, especialmente ocidentais, estão promovendo políticas industriais para enfrentar três grandes forças que moldam o futuro: a quarta revolução industrial, a emergência climática e a geopolítica.

    Luchesi ressaltou que a internet das coisas, inteligência artificial e tecnologias disruptivas, como a indústria aditiva, estão redesenhando as cadeias globais de valor de forma mais plural e acelerada do que em revoluções industriais anteriores. Ele destacou, ainda, a precificação das emissões de carbono como um fator que impulsiona a transição energética e a descarbonização da produção, áreas em que o Brasil tem vantagens competitivas significativas. "O Brasil emerge como uma grande força potencial nesse cenário, com sua vasta biodiversidade, abundância de água doce e uma matriz energética predominantemente sustentável", disse Luchesi.

    Importância geopolítica e a industrialização brasileira  

    A terceira força apontada por Luchesi é a geopolítica, com tensões crescentes entre Estados Unidos e China, além de guerras no Oriente Médio e na Ucrânia. Para ele, o Brasil deve aproveitar seu posicionamento como uma nação não alinhada para atrair investimentos diretos estrangeiros, especialmente em setores ligados à economia de baixo carbono. Ele ressaltou a importância de o país desenvolver políticas que assegurem sua inserção nas cadeias globais de valor, beneficiando-se da transferência de investimentos produtivos de países europeus, afetados pela alta nos custos energéticos.  

    O diretor da CNI reconheceu que, apesar dos esforços, o Brasil enfrenta desafios estruturais que penalizam sua indústria, como a elevada carga tributária e as altas taxas de juros. No entanto, ele vê com otimismo a reforma tributária em curso, que deverá reduzir significativamente a carga fiscal sobre a indústria, impulsionando a competitividade. Luchesi também elogiou iniciativas recentes do governo, como o plano "Mais Produção" e a Lei de Crédito de Desenvolvimento (LCD), que visam reduzir o custo financeiro para investimentos e estimular setores estratégicos como a mobilidade verde, a indústria alimentícia e o setor petroquímico.

    Papel central do BNDES 

    Na visão de Luchesi, o BNDES tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento industrial brasileiro, especialmente em áreas como a descarbonização produtiva e a digitalização. Ele destacou que o banco aprovou R$ 115 bilhões em 2024, com desembolsos de R$ 85 bilhões, sendo fundamental para a implementação do plano "Mais Produção" e outras iniciativas estratégicas.

    Assista à entrevista: 

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