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    Indústria brasileira busca aprofundar relações econômicas durante visita de Lula ao México

    Entre as prioridades destacadas pelo setor industrial, está a negociação de um acordo de livre comércio entre os dois países

    Nova Indústria Brasil (Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR)

    247 - Paralelamente à agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no México, nesta segunda-feira (30), a indústria brasileira realizou dois encontros estratégicos para fortalecer as relações comerciais entre os dois países e fomentar o desenvolvimento econômico. Além da 2ª Reunião do Conselho Empresarial Brasil-México (Cebramex), empresários dos dois países se reuniram no Fórum Empresarial Brasil-México, que contou também com a presença de autoridades governamentais. O México é atualmente o quinto maior parceiro comercial do Brasil, destacando-se como um mercado estratégico para a expansão das relações econômicas bilaterais.

    O Cebramex, secretariado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia (Comce), é um mecanismo de diálogo voltado para a construção de uma agenda prioritária para o setor, visando a melhoria do ambiente de negócios entre os dois países. Já o Fórum Empresarial, promovido pela CNI, ApexBrasil e Comce, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), reúne representantes dos setores público e privado para discutir oportunidades em comércio e investimentos.

    “A visita do presidente Lula ao México imprime novo ânimo às relações bilaterais e nos estimula a renovar as prioridades de nossas indústrias e apresentá-las aos respectivos governos”, avaliou Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI e representante da entidade nos eventos. Ele também ressaltou que o México é um parceiro estratégico para o Brasil, destacando a importância de aprofundar o potencial dessas relações econômicas.

    Prioridades da indústria brasileira para fortalecer comércio bilateral

    Para subsidiar as discussões e identificar as prioridades do setor industrial brasileiro na relação com o México, a CNI elaborou a "Análise de Política Comercial nº15 - Relações econômicas entre Brasil e México: prioridades da indústria". O documento aborda acordos comerciais, barreiras regulatórias, temas multilaterais e cooperação científico-tecnológica.

    Entre as prioridades destacadas, está a negociação de um acordo de livre comércio entre os dois países, com a ampliação dos temas tratados, como comércio de serviços, investimentos, compras governamentais e facilitação de comércio. Além disso, a CNI destacou a importância de expandir o Acordo de Reconhecimento Mútuo de Operadores Econômicos Autorizados, homologar os sistemas de Certificação de Origem Digital e reduzir barreiras desnecessárias no comércio bilateral.

    Na esfera da cooperação regulatória, a CNI defende iniciativas para reduzir entraves ao comércio, especialmente em setores como o alimentício, farmacêutico, de cosméticos e brinquedos. Outro ponto de destaque é a cooperação na promoção de interesses mútuos junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), principalmente em áreas como comércio eletrônico e facilitação de investimentos.

    Cooperação científica e tecnológica para fortalecer economias

    O fortalecimento da cooperação científico-tecnológica é outro ponto essencial da agenda brasileira. A CNI propôs a promoção de iniciativas de cooperação tecnológica, especialmente na área de chips e semicondutores, buscando consolidar o Brasil e o México como fornecedores importantes para a cadeia de suprimentos de eletrônicos no comércio internacional. Além disso, a entidade destacou a necessidade de um programa bilateral de requalificação da força de trabalho, visando reduzir o gap de competências em áreas estratégicas, como ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

    Comércio entre Brasil e México segue em alta

    O comércio entre Brasil e México registrou crescimento em 2023. A corrente de comércio entre os dois países atingiu US$ 14,1 bilhões, um aumento de 14,4% em relação a 2022, segundo a CNI, com base em dados do ComexStat. As exportações brasileiras para o México somaram US$ 8,6 bilhões, enquanto as importações do México para o Brasil alcançaram US$ 5,5 bilhões.

    Juntos, Brasil e México representam 55,9% da economia da América Latina, 66,8% das exportações e 59,6% das importações da região. Além disso, ocupam posições de destaque entre os dez principais parceiros comerciais um do outro. Nos últimos anos, o comércio de bens entre os dois países tem sido majoritariamente composto por produtos da indústria de transformação, que respondeu por 86,8% das exportações brasileiras e 97,3% das importações provenientes do México, em média, entre 2014 e 2023.

    A série de encontros durante a visita de Lula ao México reflete o esforço da indústria brasileira em aproveitar as oportunidades para fortalecer a cooperação econômica com um de seus principais parceiros na região, buscando superar barreiras, ampliar o comércio e fomentar o desenvolvimento conjunto. (*Com informações da CNI)

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