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    Programa de carros populares visa preservar empregos na indústria automotiva, diz Uallace Moreira

    Iniciativa é ‘conjuntural’ e tem por objetivo mitigar impactos da crise e estimular a economia, explica o secretário do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio

    Uallace Moreira (Foto: Reprodução/Twitter | Reuters/Washington Alves)

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    247 - Na última semana, o governo Lula (PT) anunciou um programa de incentivos para a compra de automóveis populares com valor de até R$ 120 mil. A medida tem como objetivo principal a preservação dos empregos na cadeia automotiva, que emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas, entre empregos diretos e indiretos. Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Uallace Moreira Lima, o programa é ‘conjuntural’ e os detalhes sobre a duração e os subsídios serão anunciados nos próximos dias.

    Em entrevista à Folha de S. Paulo, Lima afirmou que o governo está preparando o anúncio de diversas medidas estruturais para incentivar a indústria, contando com a participação de 18 ministérios. O programa para carros populares foi anunciado na quinta-feira passada, porém, ainda não se sabe a duração exata e o custo total do programa. No dia seguinte ao anúncio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou que o programa será de curto prazo e pode não ultrapassar R$ 2 bilhões.

    No entanto, as concessionárias já relatam uma forte queda nas vendas, uma vez que os consumidores aguardam a efetivação do programa. Questionado sobre a precipitação do anúncio, Lima explicou que as vendas já haviam sido afetadas desde o início das discussões sobre incentivos ao setor. Ele destacou que era necessário ‘deixar claro que haveria um programa e quais seriam os critérios adotados’, a fim de fornecer clareza e garantias às montadoras.

    O setor automotivo brasileiro possui uma capacidade instalada de 4,5 milhões de veículos, sendo que 84% da produção depende do mercado interno. Atualmente, essa capacidade está sendo pouco utilizada, resultando em paralisações em cerca de 13 fábricas. Os fabricantes enfrentam dificuldades devido aos altos preços dos insumos internacionais, o que tem elevado o valor médio dos automóveis, juntamente com as altas taxas de juros que tornam o mercado menos dinâmico.

    A cadeia produtiva do setor automotivo é extensa, envolvendo setores como o metalúrgico e o químico na produção dos veículos, além das concessionárias, peças de reposição e postos de combustível. O setor gera diretamente 101 mil empregos e, indiretamente, 1,2 milhão de empregos. Diante desse cenário, o presidente Lula solicitou ao vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que o ministério apresentasse uma proposta para minimizar os problemas enfrentados pela indústria automotiva.

    Segundo Lima, o programa de incentivo tem como objetivo principal a preservação dos empregos, por isso é necessário agir com urgência. Ele ressaltou que o governo está buscando soluções para outros setores industriais e que ações semelhantes poderão ser anunciadas em breve. No entanto, o secretário também destacou a importância de medidas estruturais para fortalecer a indústria a longo prazo, visando a redução dos custos de produção e o aumento da competitividade.

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