Após regulamentação, consumo de cigarros eletrônicos cai entre adolescentes dos EUA e chega a 5,9%

247 - O uso de cigarros eletrônicos entre estudantes do ensino fundamental e médio dos EUA caiu para 5,9%, uma redução significativa em comparação aos 7,7% em 2023. É o que mostra o relatório do CDC (em português, Centro de Controle e Prevenção de Doenças) e da FDA (Food and Drug Administration), agência de saúde reguladora dos EUA. A taxa representa o menor nível em 10 anos.

As autoridades estimam que 1,63 milhão de estudantes norte-americanos consomem vapes (eram 2,13 milhões em 2023), esse número representa cerca de um terço do volume em 2019, quando o uso por menores de idade atingiu o pico. A redução foi impulsionada pelos alunos do ensino médio com cerca de 500 mil usuários a menos em comparação ao ano passado.

Nos EUA, a venda de cigarros eletrônicos é regulamentada. Com a adequação da norma e de regras de controle sanitário, o resultado é a redução do uso devido às restrições de idade, fiscalização rígida e aplicação rigorosa das leis contra varejistas e fabricantes, incluindo empresas que operam e comercializam ilegalmente no país.

Brian King, diretor de tabaco da FDA, disse em entrevista que “esta é uma vitória monumental para a saúde pública. Mas não podemos descansar. Claramente, há mais trabalho a ser feito para reduzir ainda mais o uso entre os jovens”.

Após a regulamentação, também foram criadas campanhas educativas sobre o uso dos dispositivos. Uma pesquisa realizada pela Truth Initiative and Brown University, e divulgada pela revista médica JAMA, comprovou a eficácia do programa This is Quitting, que distribui mensagens de texto para adolescentes para ajudá-los a parar de consumir vapes. Após sete meses, cerca de 38% dos participantes do programa relataram não ter usado cigarro eletrônico.

De acordo com os pesquisadores, antes da regulamentação não havia dados disponíveis para ajudar com o abandono dos vapes. As mensagens dão dicas de como os jovens podem cessar a vontade de fumar e incluem estratégias de enfrentamento cognitivas e comportamentais, treinamento de atenção plena e de respiração, conselhos sobre autocuidado e suporte social.

No Brasil, a comercialização dos dispositivos é proibida desde 2009. Dados do IBGE de 2019 apontam que 1 em cada 4 adolescentes já havia experimentado o produto. Entre a população geral, o consumo cresceu 600% desde 2018 (Ipec 2023) em um cenário de totalmente dominado pela ilegalidade.

Mais de 80 países já regulamentaram os vapes como forma de frear o mercado ilícito e evitar o risco para a saúde pública desencadeado pelos produtos contrabandeados. Há um consenso mundial sobre a importância de proibir e conscientizar adolescentes sobre o perigo do uso de vapes. Já para os adultos fumantes, o consumo de produtos regulamentados tem sido incentivado como forma de redução aos danos no consumo de nicotina.