Especialistas explicam vídeo de jovem que alega ter contraído HPV em academia: “sem pânico”
O HPV, ou papilomavírus humano, é um grupo de vírus que pode causar infecções na pele ou nas mucosas
247 - Um vídeo publicado pela estudante Victoria Sartorelli no TikTok gerou grande repercussão ao relatar um suposto caso de contaminação por HPV em equipamentos de academia. A postagem, que já acumula mais de um milhão de visualizações, levantou dúvidas e alarmes entre internautas, muitos associando o caso ao vírus sexualmente transmissível. Segundo informações do portal g1, especialistas esclareceram que o HPV mencionado no relato é um subtipo inofensivo, incapaz de ser transmitido por superfícies.
O HPV, ou papilomavírus humano, é um grupo de vírus que pode causar infecções na pele ou nas mucosas. Existem mais de 200 subtipos, sendo que nem todos estão relacionados à transmissão sexual. “Esse HPV que gera a verruga no dedo é da mesma família do tipo genital, mas é um outro tipo de vírus. Ele só gera essas verrugas vulgares e que não têm risco de evolução para doença maligna”, explicou a ginecologista Carolina Corsini, especialista no diagnóstico e tratamento do vírus.
No vídeo, Victoria conta que percebeu uma verruga no dedo e buscou ajuda médica, quando foi informada pela dermatologista que se tratava de um subtipo do HPV. Ela alertou seus seguidores, afirmando ter contraído o vírus na academia. No entanto, especialistas descartaram completamente essa possibilidade.
HPV em superfícies: o que dizem os médicos
De acordo com a ginecologista Fabiene Castro Vale, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o subtipo do HPV que afeta a pele precisa de contato direto para ser transmitido. “É preciso ter uma lesão e encostar em alguém que tem o vírus ativo em uma região também com lesão para que seja transmitido. É impossível que seja por superfície”, afirmou.
A médica ainda ressaltou que esse tipo de HPV é comum e não traz grandes riscos à saúde: “Não é motivo de pânico. Ele gera essas lesões de pele e apenas isso. Ele é diferente do que as pessoas conhecem por HPV, que é a versão genital, sexualmente transmissível e para a qual a gente tem vacina”.
Outro ponto destacado pelos especialistas é a resistência do vírus fora do corpo humano. O ginecologista Marcelo Steiner, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), reforçou que o vírus não sobrevive em superfícies e tranquilizou os mais preocupados: “A transmissão acontece no contato de pele com pele. Dificilmente você vai ter esses HPVs passando em situações como na academia, no assento do ônibus ou por toalhas, por exemplo”.
Desinformação e o papel das redes sociais
Casos como o de Victoria Sartorelli, que ganham grande visibilidade nas redes sociais, mostram o impacto da desinformação sobre saúde pública. Embora o relato tenha gerado engajamento, os especialistas reforçam a necessidade de buscar fontes confiáveis e informações médicas antes de fazer alertas que podem causar alarme desnecessário.
O HPV, em suas diversas formas, segue como tema de debates importantes sobre prevenção e tratamento, especialmente no que diz respeito à versão genital, para a qual há vacinas disponíveis e eficazes. No entanto, casos como o relatado no TikTok evidenciam a importância de distinguir os diferentes subtipos do vírus e de evitar conclusões precipitadas.
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