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    'Estimativa da idade mental de Bolsonaro é de um adolescente de 12 anos', avalia psiquiatra

    O psiquiatra e escritor Nelson Nisenbaum traçou o perfil psicológico do atual ocupante da presidência da República e foi taxativo ao afirmar que “Jair Bolsonaro é um sociopata”, cujas abordagens “imediatistas e superficiais” dão a clara impressão de estar diante de um adolescente de 12 anos. “Essa é a estimativa de idade mental que faço para ele”, analisou. Assista

    Nelson Nisenbaum e Jair Bolsonaro

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    247 - O programa “Um Tom de resistência” recebeu o especialista em psiquiatria clínica e escritor Nelson Nisenbaum para falar sobre sociopatia e avaliar se a conduta social do presidente Jair Bolsonaro se encaixaria nesse perfil patológico. “Primeiro vamos explicar a junção das palavras 'socio' e 'pata', que vem de ‘patos’ do grego, e representa tudo aquilo que é disfuncional, que vai contra a vida, que é doloroso e causa sofrimento. É reconhecido por toda a antropologia, que o ser humano é um ser societal. Da mesma forma que existe uma compreensão majoritária de que as sociedades só progrediram com a cooperação entre os seus membros. E para que isso aconteça, é preciso que os membros desse grupo tenham empatia uns pelos outros. Quando entramos com um elemento patológico de um determinado indivíduo, que não consegue ter essa compreensão da vida social e que não tem noção da dimensão dos seus atos com relação a este grupo, temos um indivíduo perigoso para esta sociedade, porque ele pode desestabilizá-la”, explicou.

    Na opinião de Nelson Nisenbaum, “se analisarmos sob esse ponto de vista, do elemento que desagrega, desorganiza, planta desconfiança, não reconhece o sofrimento do outro e não compreende os valores éticos e morais dessa sociedade, pregando sempre a favor de sua visão particular de mundo, podemos compreender facilmente que o presidente Jair Bolsonaro é um sociopata. Porque, no mínimo, ele representa uma grande força desorganizadora da nossa sociedade. E a desorganização é praticamente um item fundamental do neoliberalismo que ele representa. Ele é a figura perfeita do ultraneoliberalismo e do radicalismo de direita, porque ele tem, através de uma certa forma de apelo emocional que conquista um determinado perfil de eleitor, essa capacidade de exercer essa força desestabilizadora. É o perfil de um sociopata na dimensão política”. Nisenbaum ainda citou o livro escrito pelo jornalista Luiz Maklouf Carvalho, que, segundo ele, “descreve perfeitamente o perfil sociopático de Bolsonaro”, baseado no inquérito militar que o definiu como um indivíduo problemático e de pouco intelecto, e que culminou em seu afastamento do Exército.

    O apresentador Ricardo Nêggo Tom perguntou ao especialista se a sociopatia pode estar ligada a fatores genéticos e sociais, como, por exemplo, o meio de origem do indivíduo. Nisenbaum analisou que “na psiquiatria clínica e no estudo do comportamento humano, temos sempre duas grandes forças motrizes. Uma força é a da predisposição genética, da mesma forma que a cultura onde o indivíduo vive, o meio familiar e o meio social também são grandes forças motrizes que interferem nesse processo. Também existem traços da personalidade do indivíduo, que mais obviamente derivam de traumas originários da sua formação, de ambiente familiar, de ambiente culturas e assim por diante. No caso de Jair Bolsonaro, me parece algo genético na família, porque ele e os seus quatro filhos têm determinadas peculiaridades compartilhadas de uma forma muito caprichosa. O que me faz pensar que esses comportamentos sejam de origem genética”.

    O psiquiatra também listou algumas características da personalidade de Jair Bolsonaro que indicam desvios de personalidade de ordem patológica. A primeira delas é a imaturidade. Nelson Nisenbaum observa que, “quando o vimos discursando ou dando uma entrevista, percebemos que ele tem uma grande dificuldade de entrar em profundidade sobre qualquer assunto. Suas abordagens são imediatistas e superficiais, o que nos dá a clara impressão de estarmos diante de um adolescente de 12 anos de idade. Essa é a estimativa de idade mental que faço para ele.” Ele também destacou a impulsividade do presidente, lembrando as entrevistas que ele interrompeu por ser confrontado por alguma pergunta que ele não queria ouvir e responder, e a fixação num conjunto de ideias do qual ele não consegue fugir. “É tudo contra o PT, contra a esquerda, contra o comunismo. É uma mania persecutória e paranoide.”, avaliou o especialista.

    Para Nelson, a frieza de Bolsonaro no trato da pandemia e na ausência de sentimentos pelo sofrimento das pessoas e pela vida das pessoas que morreram vítimas da Covid-19 evidencia a sua sociopatia. “Quando ele fala coisas como ‘E daí?’, ‘Eu não posso fazer nada’, ‘Eu não sou coveiro’, ‘A vida tem que seguir’, ‘A gente não pode ficar chorando o leite derramado’, ele está desdenhando de forma escandalosa do sofrimento das pessoas e das famílias que já foram vitimadas por essa doença”, considerou o psiquiatra.

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