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    Outubro Rosa: quais os principais tratamentos para o câncer de mama

    As opções variam de acordo com características da paciente, do subtipo de tumor, do momento do diagnóstico etc

    (Foto: Reprodução)

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    Por Priscila Carvalho, da Agência Einstein - O câncer de mama não é uma doença única, com diagnósticos ou tratamentos exatamente iguais. Cada paciente pode necessitar de uma abordagem terapêutica diferente, conforme a variação na agressividade e no tipo do tumor.

    Para determinar a melhor terapia, o especialista investiga, primeiro, qual é o subtipo do câncer. Isso se dá com base em alguns fatores, como o grau de extensão do tumor, as características histológicas (formação, estrutura e função dos tecidos) e moleculares, e se está localizado apenas na mama.

    O tratamento, então, divide-se em:

    Locorregional: focado nas mamas e axilas, com o uso de cirurgias e radioterapias. 

    Sistêmico: ação no corpo todo, com quimioterapia, terapia-alvo, hormonioterapia e/ou imunoterapia. 

    De acordo com Felipe Cavagna, mastologista e diretor clínico do Centro de Referência da Saúde da Mulher do Hospital Pérola Byington, a cirurgia em geral é um dos primeiros tratamentos a ser considerado, indicado para quase todas as pacientes. Mas isso não significa que será a única terapêutica realizada. 

    Cirurgia

    Ela pode ser tanto conservadora quanto radical. No primeiro caso, apenas os tumores — com uma margem de segurança — são retirados. No segundo, é feita a mastectomia, ou a retirada total da mama, seguida ou não de reconstrução. Além dos tumores, alguns linfonodos (gânglios linfáticos) podem ser removidos para investigar se foram comprometidos pela doença.

    A cirurgia pode ser contraindicada em casos de metástase — quando a doença não está localizada apenas nas mamas ou axilas. “Nessas situações, temos que avaliar cada paciente. Sempre que possível, operamos a mama e abordamos a axila”, reforça Cavagna. “A axila é importante para saber se existem linfonodos comprometidos com a doença. Isso indica que o tumor já está um pouco mais avançado e, portanto, temos que tratar de forma mais agressiva”, conclui. 

    Radioterapia

    Outro tratamento locorregional, a radioterapia é indicada, principalmente, para pacientes que não retiraram a mama durante a cirurgia, levando em consideração o comprometimento da axila e o tamanho do tumor. 

    O tratamento não provoca queda de cabelo e é composto por 15 a 30 sessões com duração de cerca de cinco minutos. Os efeitos colaterais costumam ser ardência no local, fadiga e uma sensação de queimação na pele. Pode promover contraturas (tipo de cicatriz que restringe o movimento) em quem reconstruiu as mamas com implante depois da cirurgia.

    Quimioterapia

    Seja por via oral ou intravenosa, a quimioterapia é um tipo de terapia sistêmica, que age no corpo inteiro. O tratamento basicamente ataca todas as células que se multiplicam rapidamente. Mas já estão disponíveis novas drogas com efeitos colaterais menos intensos no arsenal atual da quimioterapia, segundo o cirurgião oncológico Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

    O que determina o uso desse tratamento será o perfil do tumor. Dentre os efeitos colaterais relatados, estão vômito, queda na imunidade e enjoo. 

    Terapia-alvo

    No câncer de mama, seu objetivo é bloquear moléculas que mantêm a proliferação das células tumorais. Os medicamentos funcionam como mísseis teleguiados, que atacam essas moléculas.

    O tratamento é feito com diversas drogas capazes de frear o avanço de tumores que possuem esses alvos específicos. O câncer de mama com receptores HER2 é um deles. Há ainda outras medicações para pacientes que apresentam mutações de BRCA1 e BRCA2, por exemplo — genes também associados ao câncer de ovário. 

    Hormonioterapia

    Ela pode ser indicada a pacientes com tumores que são estimulados por certos hormônios. Os tratamentos dessa classe terapêutica bloqueiam essa ação hormonal de uma forma ou de outra.

    A administração pode ser por via oral, e a duração do tratamento varia de cinco a dez anos em alguns casos. O tempo depende da extensão do tumor e da resposta ao tratamento.

    A classe dos medicamentos usados também varia de acordo com o ciclo menstrual da paciente. Os inibidores de aromatase, por exemplo, são recomendados às mulheres após a menopausa. Mas há drogas aplicadas em diferentes casos, como o tamoxifeno, que impede que o estrogênio aja nas células cancerígenas. 

    Imunoterapia

    Considerada relativamente nova, a imunoterapia potencializa o sistema imunológico do paciente para que ele mesmo enfrente o câncer. Enquanto alguns tipos estimulam o sistema de defesa por completo, outros focam no combate de células específicas.

    Via de regra, a imunoterapia acusa a presença do câncer para o sistema imunológico, e tem apresentado resultados promissores em diferentes tipos de tumor. 

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