247 - O porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI), Behrouz Kamalvandi, afirmou nesta quarta-feira (16) que o governo do país asiático está pronto para realizar negociações sérias com os Estados Unidos e a Europa, em uma tentativa de reviver o acordo nuclear de 2015. "Teerã está pronta para restaurar o Plano de Ação Conjunto Global, mas sua concretização exige negociações sérias", disse Behrouz Kamalvandi, citado pela agência de notícias iraniana ISNA. No acordo de 2015, firmado com os Estados Unidos, China, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido, o Irã comprometeu-se a reduzir suas pesquisas nucleares em troca do alívio das sanções. O país descumpriu alguns dos compromissos após os EUA se retirarem do PACG e reimporem sanções ao Irã em 2018, levando ao colapso do pacto. Em 2021, o Irã permitiu que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de vigilância nuclear da ONU, substituísse câmeras em uma instalação nuclear na cidade de Karaj, mas afirmou que não compartilharia as filmagens com a agência até que os Estados Unidos suspendessem suas sanções. Atualmente, o Irã vive um clima de tensão com Israel. Na última segunda-feira (14), bombardeios das forças israelenses deixaram pelo menos 41 mortos e 124 feridos no Líbano. Estatísticas oficiais apontaram que 1.356 pessoas morreram desde 23 de setembro no território libanês. Uma das entidades que atuam no Líbano é o Hezbollah, grupo islâmico atacado por Israel e que recebe apoio do Irã. Autoridades jurídicas da África do Sul denunciaram o governo israelense na Corte Internacional de Justiça por genocídio na Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 42 mil pessoas morreram desde outubro do ano passado, vítimas de bombardeios. A CIJ apenas recomendou a paralisação do massacre em Gaza, mas a ofensiva israelense se expandiu para outras localidades, como o Irã e o Líbano (com informações da Sputnik).  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20240927110932_5a3f7e31b7559b8644d9b79ed9a8b5abbbab388dd50244ddf156a331e9e32aa9.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="20240927110932_5a3f7e31b7559b8644d9b79ed9a8b5abbbab388dd50244ddf156a331e9e32aa9" data-rendition-name="original" width="1280" height="600" loading="lazy" alt="netanyahu"><figcaption>Benjamin Netanyahu. Foto: Reuters/Mike Segar</figcaption></figure>

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Mundo

Agência Atômica Internacional anuncia que Irã vai negociar acordo nuclear

TASS - O presidente eleito do Irã, Masoud Pezeshkian, está pronto para restaurar o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) sobre o programa nuclear iraniano, disse Mohammad Javad Zarif, chefe do comitê consultivo para a formação do governo de Pezeshkian e ex-ministro das Relações Exteriores do Irã.
“O novo governo, liderado pelo presidente eleito Pezeshkian, está pronto para engajar-se em um diálogo com espírito de boa vontade — de acordo com o JCPOA e a lei iraniana — para garantir a conformidade mútua desse feito diplomático único,” ele disse em sua página no X.
Zarif também destacou que é necessário cumprir a lei iraniana de 2020 “sobre ações estratégicas para a suspensão de sanções e proteção dos interesses do povo iraniano". Este documento foi uma resposta à retirada unilateral dos EUA do JCPOA em 2018, seguida pelo então presidente Donald Trump restaurando as sanções anti-iranianas dos EUA, incluindo o embargo de exportação de petróleo.
“Como já expliquei em minha carta ao secretário-geral da ONU alguns dias antes de minha renúncia [como ministro das Relações Exteriores], os EUA, a UE e o trio europeu (Reino Unido, Alemanha e França) são culpados pela reação do nosso corpo legislativo ao desrespeito consecutivo de suas obrigações legais, que causou danos incontáveis ao povo iraniano. Eles devem reparar e garantir a obtenção sem obstáculos dos benefícios do acordo pelo Irã,” disse o ex-ministro.
Segundo a lei mencionada, Teerã cortou várias obrigações sob o acordo nuclear, incluindo a cessação das inspeções da AIEA além do tratado de não-proliferação, assinado pela República Islâmica e pela AIEA, e proibindo métodos de monitoramento estritos.
De acordo com as autoridades iranianas, o Ocidente deve retornar à conformidade total com o JCPOA para restaurar as medidas de monitoramento existentes para o programa nuclear iraniano. Até maio de 2024, o Irã autorizou a operação de 130 inspetores da AIEA.
O JCPOA, também conhecido como acordo nuclear do Irã, foi assinado pelo Irã, pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Rússia, Reino Unido, China, Estados Unidos e França) e pela Alemanha em 2015. Os Estados Unidos se retiraram do acordo em 2018 sob a presidência de Donald Trump. Enquanto isso, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, sinalizou repetidamente que Washington estava pronto para retornar ao acordo nuclear. Em abril de 2021, Rússia, Reino Unido, Alemanha, China, Estados Unidos e França iniciaram negociações com o Irã em Viena em um esforço para restaurar o JCPOA à sua forma original. No entanto, as negociações terminaram sem nenhum resultado em novembro de 2022.

Novo presidente do Irã está pronto para restaurar acordo nuclear

Reuters - Teerã continua aberta a retomar as negociações com Washington para restaurar sua participação em um acordo nuclear, disse o ministro interino das Relações Exteriores do Irã à revista Newsweek em uma entrevista publicada na terça-feira.
As falas de Ali Bagheri Kani foram feitas enquanto ele se preparava para falar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York.
Os Estados Unidos, sob o comando do ex-presidente Donald Trump, retiraram-se em 2018 do acordo nuclear entre o Irã e seis potências mundiais que restringiam os programas nucleares de Teerã.
As negociações indiretas entre os EUA e Teerã para retomar o acordo foram paralisadas. O Irã ainda faz parte do acordo, mas diminuiu seus compromissos devido às sanções impostas pelos EUA.
A Newsweek afirmou: "Sobre política externa, ele (Bagheri Kani) disse que Teerã permanecia aberta a retomar as negociações com Washington para restaurar a participação mútua em um acordo nuclear".
No entanto, o Irã também pretende promover o aprofundamento de seus laços com China, Rússia e as nações vizinhas, segundo a publicação. O Irã também pedirá uma ação maior contra Israel em vista da guerra de Gaza, disse ele.
O governo Biden afirmou na semana passada que os Estados Unidos não estavam prontos para retomar as negociações nucleares com o Irã sob seu novo presidente.
Bagheri Kani tornou-se o ministro interino das Relações Exteriores depois que o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, morreu em um acidente de helicóptero junto com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em maio.
Os iranianos então elegeram Masoud Pezeshkian como presidente, um moderado que disse que promoverá uma política externa pragmática e aliviará as tensões com as potências envolvidas no pacto nuclear de 2015.

Chanceler interino do Irã Ali Bagheri Kani em Nova York
 16/7/2024    REUTERS/Eduardo Munoz

Irã está aberto a retomar negociações sobre acordo nuclear, diz chanceler interino

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