247 - Em entrevista concedida à TV 247, o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), José Luís Oreiro, fez duras críticas à operação que envolve a compra do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília), classificando o episódio como mais um caso de salvamento de instituição financeira, com potencial de gerar prejuízos expressivos à sociedade brasileira. “A gestão foi no mínimo temerária”, afirmou. Segundo ele, o modelo de negócios adotado pelo Master expôs o sistema financeiro a um risco sistêmico, e o desenrolar da transação tende a colocar o ônus sobre os ombros dos contribuintes.
A operação, que prevê a aquisição da “parte boa” do Banco Master por um banco público, chamou a atenção de especialistas, sobretudo pelo fato de o Master ser, em número de clientes, maior que o BRB. “É estranho que um banco aparentemente menor compre outro com base de clientes superior. Isso, por si só, já merece questionamento”, disse Oreiro, ao lembrar que o Master possui mais de 10 milhões de clientes, enquanto o BRB tem cerca de 7 milhões. Mais preocupante, segundo o professor, é o fato de que, ao contrário do que ocorre em compras tradicionais, o atual controlador do Master, Daniel Vorcaro, não será afastado da gestão — ao contrário, manterá assento no conselho de administração do BRB. “Se fosse o BTG, como se especulou, ele receberia R$ 1 e um chute no traseiro. No BRB, está sendo premiado com cargo”, ironizou.
Oreiro explicou que, desde 2021, o Banco Master iniciou um processo de rápida expansão ao captar recursos oferecendo rendimentos muito acima dos praticados no mercado, como títulos que pagavam até 140% do CDI. Para isso, montou uma rede agressiva de distribuição por corretoras, que recebiam comissões até oito vezes superiores à média. Essa combinação exigia aplicações em ativos de altíssimo retorno — e, consequentemente, altíssimo risco. “Era uma espécie de cassino. Quando dá certo, você consegue honrar suas obrigações e ainda lucra. Mas, geralmente, dá errado”, explicou.
Entre os ativos escolhidos pelo Master, estavam precatórios e investimentos em empresas em situação pré-falimentar — aplicações com baixíssima liquidez. Oreiro apontou que o descompasso entre os prazos dos ativos e dos passivos do banco gerou um grave problema de liquidez. “Os precatórios são pagos pelo governo, mas você não sabe quando. Pode levar anos. E você tem debêntures vencendo agora, que precisam ser pagas”, alertou. Segundo ele, o Master recorre então à emissão de novas debêntures para honrar as antigas, o que se assemelha perigosamente a um esquema de pirâmide financeira. “Ele precisa captar sempre mais para pagar o que já captou. Isso lembra uma bicicleta financeira.”
Esse modelo de captação, segundo o economista, tornou-se ainda mais insustentável com a alta da Selic. “Com a Selic a 14,25%, pagar CDI mais 40% significa um custo de captação absurdamente alto. E quanto mais sobe a taxa básica, menor o apetite dos investidores por risco. Eles já ganham bem com aplicações seguras. O plano de negócio do Vorcaro poderia parecer genial com a Selic a 2%, como em 2021, mas agora não para mais em pé”, avaliou.
Além da fragilidade estrutural, o Banco Master teria se valido, segundo o professor, do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) como escudo para atrair investidores. O fundo, formado por aportes do próprio sistema financeiro, garante aplicações de até R$ 250 mil por CPF. “O Master vendia produtos dizendo que, mesmo pagando 140% do CDI, o risco era nulo, porque o FGC cobria. Era o típico acordo caracu: o banco entra com a cara e o fundo com a parte menos nobre da expressão”, afirmou. Estimativas indicam que o Master teria emitido até R$ 25 bilhões em debêntures com essa promessa, o que corresponde a quase metade da capacidade total do FGC. “Se tiver que cobrir isso, o fundo pode não ter recursos suficientes para garantir outros bancos de médio porte, o que pode gerar uma corrida bancária em cadeia.”
A operação entre BRB e Banco Master também expõe um possível arranjo político que sustentou o crescimento arriscado do banco. Oreiro lembrou que o Vorcaro montou um conselho consultivo com nomes de peso, como os ex-presidentes do Banco Central Henrique Meirelles e Gustavo Loyola, além de figuras influentes como Ricardo Lewandowski e Guido Mantega. E destacou que, no Congresso, o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, atuou para ampliar o limite do FGC para R$ 1 milhão por CPF — medida que beneficiaria diretamente os planos do Master. “Ele se cercou de gente influente e criou uma teia. Se cair, vai levar muita gente junto.”
Para Oreiro, o Banco Central, durante a gestão de Roberto Campos Neto, foi omisso. “É inadmissível que tenha permitido uma operação dessas sob os olhos de todos, sem intervenção. O Banco Central tinha o dever de fiscalizar, de impedir essa exposição de risco. Não o fez, e agora o problema caiu no colo do Galípolo”, criticou.
Apesar do tamanho do escândalo, as ações do BRB subiram após o anúncio da compra. Oreiro acredita que isso se deve à percepção de que o BRB ficará apenas com a parte saudável do Master. “Para quem compra ações, pouco importa se a parte ruim vai para o fundo, para os fundos de pensão ou para o contribuinte. O mercado especula com a expectativa de lucro, não com julgamentos morais.”
O economista fez ainda um alerta sobre os riscos de contaminação do sistema. “Há outras instituições semelhantes ao Master. Se o FGC for exaurido, o medo de que essas também não consigam honrar seus compromissos pode levar o sistema a uma crise real. Não estamos falando de um banco qualquer, são R$ 25 bilhões de passivos, 10 milhões de clientes e risco real para fundos de pensão.” Assista:&nbsp;
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Dafne Ashton

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Entrevistas

O escândalo do Banco Master: “Gestão temerária” e risco bilionário recaem sobre o contribuinte, diz economista

247 – A operação de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), controlado pelo Governo do Distrito Federal, exige uma análise minuciosa por parte do Banco Central (BC), segundo <a href="https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/04/operacao-brb-master-requer-esclarecimento-e-regulacao.shtml">editorial</a> publicado pela Folha de S.Paulo. O jornal destaca que, embora o negócio possa mitigar os riscos de desequilíbrio do Master — instituição conhecida por sua atuação agressiva no mercado —, ele suscita diversas dúvidas, especialmente diante de possíveis interferências políticas e da estrutura incomum da transação.
O editorial alerta para o histórico do Banco Master, que ganhou notoriedade ao oferecer CDBs com taxas altamente atraentes, garantidas até R$ 250 mil por cliente pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Além disso, o banco atua na compra de precatórios, ativos de risco com prazos longos e incertos. Em resposta a operações como essa, o BC endureceu recentemente as normas sobre o uso do FGC e sobre a contabilização dos precatórios nos balanços bancários.
A Folha observa com preocupação o fato de o BRB ser uma instituição estatal, uma exceção remanescente de um passado em que estados controlavam bancos, o que contribuiu para instabilidade financeira no período da hiperinflação. A compra envolve aproximadamente R$ 2 bilhões e prevê que o BRB fique com 100% das ações preferenciais do Master (sem direito a voto), mas apenas 49% das ordinárias (com direito a voto), mantendo o controle nas mãos de Daniel Vorcaro, atual controlador da instituição.
O jornal também destaca as ligações entre Vorcaro e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas. Essas relações reforçaram suspeitas de possível ingerência política, o que levou o comando do BRB a negar publicamente qualquer interferência.
Para a Folha, é fundamental que o BC — hoje sob liderança do diretor Gabriel Galípolo, cotado para assumir a presidência da instituição — avalie com rigor se o BRB tem condições de absorver o Master mantendo rentabilidade e liquidez. A operação, segundo o jornal, é um novo teste para a autonomia da autoridade monetária e um chamado à revisão das normas e mecanismos de fiscalização para impedir que negócios semelhantes tragam riscos sistêmicos ao setor bancário.
<blockquote>“Cumpre ainda reavaliar normas e fiscalização para evitar que episódios do tipo se repitam. Esse será mais um teste para o BC autônomo”, conclui o editorial.</blockquote>

Redação Brasil 247

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Economia

Folha cobra rigor do BC na análise da venda do Master ao BRB e aponta pressão política de Ciro Nogueira

247 – O deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) criticou duramente a possível aquisição do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília), classificando a operação como uma “negociata bilionária que o povo não pode pagar”. A declaração foi feita por meio de nota pública. Vigilante promete mobilização total para impedir que o banco público do Distrito Federal seja usado para socorrer o que considera uma instituição privada com sérios indícios de irregularidades financeiras.
“Vamos fazer de tudo para barrar essa negociata”, afirmou o parlamentar, ao destacar que o presidente da Câmara Legislativa já se manifestou favorável a submeter qualquer autorização de compra ao plenário da Casa. “E nós, do PT, vamos lutar contra isso com todas as forças. Banco público é para servir ao povo, não para salvar banqueiro falido”, reforçou.
<h3>“Cheira a fraude”: o alerta sobre o balanço do Banco Master</h3>
Chico Vigilante chamou atenção para a recente divulgação de lucro de R$ 1 bilhão pelo Banco Master em 2024. Segundo o deputado, os números levantam suspeitas e evocam o escândalo da Americanas, que também apresentou balanços positivos antes de revelar um rombo bilionário.
“O Banco Master soltou um balanço dizendo que lucrou R$ 1 bilhão em 2024, mas essa história cheira a fraude. Lembram do caso Americanas? Também anunciaram lucros fantasiosos, até que a máscara caiu: prejuízo de R$ 50 bilhões!”, apontou.
Para embasar sua desconfiança, o parlamentar citou uma avaliação feita pelo BTG Pactual, que teria estimado o valor de mercado do Banco Master em apenas R$ 1. “E agora querem que o BRB pague R$ 2 bilhões – dinheiro que não vai capitalizar o Master, mas encher o bolso de banqueiro. Quem está por trás disso?”, questionou.
Na nota, Vigilante também faz críticas ao comportamento do Banco Central, que, segundo ele, teria deixado de intervir no Banco Master durante a gestão anterior da autarquia, empurrando a responsabilidade para o atual diretor Gabriel Galípolo. “Há denúncias de que o Banco Central deixou de intervir no Master na gestão passada”, afirmou, sugerindo que uma investigação profunda deve ser conduzida para apurar eventuais omissões regulatórias.
<h3>BRB é patrimônio público, afirma deputado</h3>
Outro ponto central da crítica de Vigilante é a tentativa de utilizar recursos do BRB para uma operação que, em sua visão, não interessa à população do Distrito Federal. “O BRB é do povo! E o povo não pode bancar mais essa roubalheira”, denunciou.
O parlamentar reiterou a necessidade de total transparência, fiscalização e debate público antes que qualquer movimento de aquisição seja levado adiante. “Exigimos transparência, investigação e o fim dessa farra com o nosso dinheiro!”, concluiu.
<h3>Trâmite legislativo será determinante</h3>
A exigência de autorização da Câmara Legislativa para qualquer operação envolvendo o BRB reforça a relevância do papel do Legislativo local neste momento. A mobilização da bancada do PT, liderada por Chico Vigilante, indica que a transação dificilmente passará sem resistência política e popular.
O caso promete ganhar novos capítulos nas próximas semanas, com a oposição exigindo investigações sobre a real situação financeira do Banco Master e os critérios que estariam orientando a eventual compra por parte do BRB. Como alerta o próprio deputado, “o povo não pode pagar essa conta”.

Brasília

“Vamos fazer de tudo para barrar a venda do Master ao BRB", diz Chico Vigilante

247 – A agência de classificação de risco Moody's divulgou um relatório nesta quarta-feira (2) no qual apontou indícios de alerta na aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Segundo o documento, a transação apresenta "alto risco de execução e integração", podendo impactar negativamente a nota de crédito da instituição brasiliense.
Entre os principais pontos de preocupação, a Moody's destaca que o BRB, por ser um banco público, possui “uma estrutura de governança complexa”. Além disso, os empréstimos do Banco Master estão concentrados em poucos clientes e são considerados "ilíquidos", ou seja, possuem baixa conversibilidade em dinheiro.
Outro fator levantado pela agência é a dificuldade do BRB em gerar lucros desde 2021. O relatório aponta que a capitalização principal do banco caiu, passando de 11,4% em 2021 para 7,7% em setembro de 2024, reflexo de um crescimento acelerado combinado a margens de lucro reduzidas.
O Banco Master, por sua vez, registrou crescimento nos últimos anos, saltando da 77ª posição em 2021 para a 25ª em 2024 no ranking das maiores instituições financeiras do Brasil em ativos.
"Embora esta aquisição tenha o potencial de melhorar a diversificação de negócios do BRB e a capacidade de ganhos a médio prazo, a expansão acelerada do BRB, combinada com a estratégia complexa e de alto crescimento do Master, aumenta os riscos de execução inerentes à aquisição de um banco de tamanho semelhante", afirma o relatório.

Bianca Penteado

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Brasil

Moody’s pode rebaixar BRB após aquisição do Master

247 - A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) fez duras críticas ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por sua defesa da proposta de aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Para a parlamentar, o foco da instituição pública deveria ser o fomento ao desenvolvimento social no DF, e não a compra de um banco privado com histórico de problemas financeiros.
Kokay também citou vínculos do Master com a ex-ministra de Jair Bolsonaro Flávia Arruda. "Ibaneis, tire as mãos do BRB, ele é do povo de Brasília! É um escândalo que um banco estadual, que deveria focar no desenvolvimento social e econômico do DF, use recursos públicos para salvar o Banco Master, que enfrenta grandes dificuldades financeiras. CDBs altos e 30% de seu patrimônio em precatórios. Nenhum banco privado quis entrar. E ainda há vínculo com a ex-ministra Flávia Arruda, casada com um sócio do banco. Não podemos permitir esse ataque!", afirmou no X nesta terça-feira (1).&nbsp;
O Master vinha adotando uma estratégia agressiva de crescimento financiada com certificados de depósito de alto rendimento e forte alocação de capital em precatórios, que são ordens de pagamento emitidas pelo Judiciário para quitar dívidas de entes públicos.
O BRB firmou na última sexta-feira contrato para comprar o Master, em um acordo envolvendo 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do banco liderado por Daniel Vorcaro. A assessoria de imprensa do BRB confirmou que o negócio é estimado em R$2 bilhões.&nbsp;
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Ibaneis, tire as mãos do BRB, ele é do povo de Brasília! É um escândalo que um banco estadual, que deveria focar no desenvolvimento social e econômico do DF, use recursos públicos para salvar o Banco Master, que enfrenta grandes dificuldades financeiras. CDBs altos e 30% de seu…&mdash; Erika Kokay (@erikakokay) <a href="https://twitter.com/erikakokay/status/1907154004422852908?ref_src=twsrc%5Etfw">April 1, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Leonardo Sobreira

Erika Kokay faz apelo a Ibaneis e alerta para riscos da aquisição do Banco Master pelo BRB

Agência Brasil - O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informou nesta terça-feira (1°) que vai investigar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), instituição financeira ligada ao governo do DF.
De acordo com o Ministério Público, foi aberto inquérito civil para apurar as circunstâncias da operação de compra e venda das ações pelo BRB. O caso será avaliado pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep).
O Ministério Público de Contas do Distrito Federal também se mobilizou e vai apurar o processo de aquisição. Se irregularidades forem encontradas, o órgão pretende entrar com uma representação ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).
No fim da tarde de sexta-feira (28), o BRB anunciou a intenção de comprar o Banco Master por R$ 2 bilhões. O BRB ficaria com 58% do capital total e 49% das ações ordinárias do Master.&nbsp;
<h3>Negócio polêmico</h3>
O negócio é polêmico porque o Banco Master tem uma política considerada agressiva para captar recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do certificado de depósito bancário (CDI) a quem compra papéis da instituição financeira, bastante superiores às taxas médias para bancos pequenos, em torno de 110% a 120% do CDI.
Sem ter publicado o balanço de dezembro, o Master enfrenta desconfiança do mercado financeiro. Recentemente, o banco tentou uma emissão de títulos em dólares, mas não conseguiu captar recursos. Operações do banco com precatórios, títulos de dívidas de governos com sentença judicial definitiva, também aumentaram dúvidas sobre a situação financeira da instituição.
Recentemente, o BTG Pactual ofereceu apenas R$ 1 para assumir o controle do Master e assumir o passivo da instituição financeira. As dívidas seriam cobertas com recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), fundo que cobre investimentos de até R$ 250 mil por pessoa física ou pessoa jurídica em cada instituição financeira. No entanto, a falta de acordo entre os bancos que aportam recursos no FGC impediu o negócio de ir adiante.&nbsp;
<h3>Outro lado</h3>
Em nota enviada à Agência Brasil, o BRB informou que tomou a iniciativa de informar o TCDF sobre a operação e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.
“O BRB informa que protocolou, na própria sexta-feira (28), em conjunto com os protocolos ao Banco Central referentes à operação de aquisição do Banco Master, notícia de fato ao Tribunal de Contas do Distrito Federal. Ao TCDF, o BRB disponibilizou, de forma pró-ativa, ofício com considerações da proposta de aquisição de 58% do Master e se disponibilizou a prestar qualquer esclarecimento necessário para compreensão da transação”, declarou o banco.

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)

Ministério Público do DF investigará compra do Banco Master pelo BRB

247 - A negociação para a venda do Banco Master ao <a href="https://www.brasil247.com/search?term=brb">BRB</a> (Banco de Brasília) está sendo conduzida nos bastidores por líderes do PP e do União Brasil, aliados ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Apesar do anúncio de tratativas, a operação enfrenta desconfiança no mercado financeiro. As informações são do portal UOL. 
O sócio majoritário do Master, Daniel Vorcaro, conta com apoio político de Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil), peças-chave para os planos eleitorais de <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Ibaneis">Ibaneis</a> em 2026 — ele pretende disputar o Senado e apoiar sua vice, Celina Leão (PP), ao governo do DF.
Com dificuldades para encontrar compradores privados, o Master apostou em alianças políticas. A aproximação com Ciro começou por intermédio de Flávia Peres, ex-mulher de José Roberto Arruda e ex-ministra de Bolsonaro, hoje casada com um dos sócios do banco. Ciro abriu portas em Brasília e tentou emplacar no Senado uma emenda que aumentaria a cobertura do FGC de R$ 250 mil para R$ 1 milhão, beneficiando o Master — sem sucesso.
Em fevereiro, Vorcaro esteve em uma festa com parlamentares e, semanas depois, patrocinou um camarote no carnaval do Rio de Janeiro, com políticos como Ciro, Rueda e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). “Era champagne Dom Pérignon servido no banheiro”, disse uma fonte próxima ao banco.
A operação é vista com cautela por analistas. Com R$ 50 bilhões em depósitos — cerca de 50% da liquidez do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=FGC">FGC</a> —, o Master é considerado de alto risco. O BTG Pactual chegou a propor uma aquisição simbólica de R$ 1, sem incorporar o banco ao grupo, mas a negociação não avançou.
O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou ao UOL que o banco só aceitaria os<a href="https://www.brasil247.com/brasil/brb-diz-que-escolheu-apenas-ativos-estrategicos-do-master-e-que-valor-do-negocio-pode-mudar"> “bons ativos” </a>do Master. A avaliação no mercado, porém, é de que essa separação ainda não está garantida.
Ciro Nogueira e Antônio Rueda foram procurados pela imprensa, mas não se manifestaram até o momento.

Luis Mauro Filho

Oferta de compra do Banco Master pelo BRB foi articulada por caciques do PP e União Brasil

247 – A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou, nesta terça-feira (1º), um requerimento para que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, informe sobre a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A aquisição, anunciada na última sexta-feira (28), envolve uma operação de R$ 2 bilhões e ainda passará pela análise do BC, dentro de um prazo de 360 dias.&nbsp;
Conforme relatado pelo <a href="https://www.metropoles.com/colunas/grande-angular/senadores-aprovam-requerimento-para-galipolo-dar-informacoes-sobre-master">Metrópoles</a>, o Senado busca entender se o BRB será o controlador integral do Banco Master e quais os possíveis impactos da operação. Entre as preocupações dos parlamentares, está o risco de que ativos considerados de “duvidosa qualidade” do Master possam contaminar o patrimônio e os balanços contábeis do BRB.
Galípolo tem 30 dias para enviar as informações ao Senado, podendo fazê-lo por meio de documento, sem a necessidade de comparecimento presencial. Antes disso, o presidente do BC já se reuniu com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, na segunda-feira (31), e, nesta terça-feira, recebeu o CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro.

Comissão do Senado aprova requerimento para Galípolo dar informações sobre compra do Master pelo BRB

247 - A Bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) protocolou, nesta segunda-feira (31), um requerimento convocando o presidente do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=brb">Banco de Brasília (BRB)</a>, Paulo Henrique Rodrigues Costa, para prestar esclarecimentos sobre a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master, totalizando 58% do capital da instituição, em uma operação avaliada em R$ 2 bilhões.&nbsp;
A transação, anunciada recentemente, tem gerado questionamentos acerca da transparência, viabilidade financeira e possível influência política.​
O requerimento, assinado pelos deputados Chico Vigilante, Gabriel Magno e Ricardo Vale, expressa preocupações sobre o impacto da aquisição no patrimônio do BRB, estimado em R$ 4,1 bilhões no primeiro semestre de 2024.&nbsp;
A operação comprometeria mais da metade desse valor, considerando o lucro médio anual do banco de R$ 200 milhões nos últimos anos. Além disso, a bancada questiona a disponibilidade de recursos do BRB para a transação e os possíveis efeitos sociais decorrentes da aquisição.​
<h3>Suspeitas de influência política&nbsp;</h3>
O documento também levanta suspeitas de influência política na operação, mencionando o vínculo entre a ex-ministra e ex-deputada Flávia Arruda e Augusto Lima, um dos sócios do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Banco+Master">Banco Master</a>. Os parlamentares do PT argumentam que essa relação pode ter acelerado a aprovação da transação sem a devida análise técnica por parte do BRB.​
Embora a compra ainda dependa da aprovação do Banco Central (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Bancada do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=PT+">PT </a>enfatiza o papel fiscalizador da CLDF. "Como líder da bancada, considero fundamental que o presidente do BRB preste contas à sociedade sobre esta operação bilionária que envolve um banco público", afirmou o deputado Chico Vigilante (PT).
O requerimento também destaca a queda na rentabilidade do BRB nos últimos anos, mesmo em um cenário de juros elevados, além de operações de crédito pouco transparentes envolvendo políticos e autoridades do Governo do Distrito Federal (GDF). "Não podemos permitir que um banco público seja usado em negócios arriscados ou com indícios de favorecimento político", reforçou Chico Vigilante.​
A data da audiência ainda será definida. A expectativa é que Paulo Henrique Costa detalhe os motivos da aquisição, os riscos financeiros envolvidos e os possíveis benefícios para a população do Distrito Federal.​​

PT do DF questionará compra bilionária do Banco Master pelo BRB​

247 - O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), desafiou as críticas da oposição em relação à proposta de aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A transação, que ainda está em análise pelas autoridades competentes, tem sido alvo de contestação por parte de setores políticos e econômicos que apontam supostas fragilidades financeiras da instituição adquirida e alertam para eventuais prejuízos à população do DF.
Ibaneis ironizou as críticas. “Se a oposição está reclamando da operação do BRB é porque estamos no caminho certo. Eles quase quebraram o banco com suas gestões desastrosas. Recebi a chave do BRB da PF”, afirmou Ibaneis. A declaração foi citada pela coluna Grande Angular, no <a href="https://www.metropoles.com/colunas/grande-angular/recebi-a-chave-do-brb-da-policia-federal-diz-ibaneis">Metrópoles</a>.&nbsp;
Ele faz referência à Operação Circus Maximus, investigação da PF que apurou um suposto esquema de propina para liberar financiamentos imobiliários pelo BRB. Diretores do BRB e empresários do setor foram presos, mas a ação penal foi trancada pela Justiça Federal.
Mais cedo, a bancada do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) protocolou um requerimento para convocar o presidente do BRB, Paulo Henrique Rodrigues Costa, a prestar esclarecimentos sobre a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Master, no valor de R$ 2,5 bilhões.&nbsp;

Ibaneis desafia oposição: "recebi a chave do BRB da Polícia Federal"

247 - O presidente do Banco Central (Bacen), Gabriel Galípolo, estabeleceu como prioridade a avaliação da aquisição do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=banco+master">Banco Master</a> pelo Banco de Brasília (BRB). A transação, estimada em R$ 2 bilhões, busca ampliar a presença nacional do BRB no mercado financeiro. ​
Na última segunda-feira (31), Galípolo adaptou sua agenda para se reunir com o presidente do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=BRB">BRB</a>, Paulo Henrique Costa, e com o chairman do BTG Pactual, André Esteves, discutindo aspectos da operação.&nbsp;
Na terça-feira (1), o encontro foi com Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master. Essas reuniões refletem o empenho do Bacen em analisar detalhadamente a transação, que tem gerado intensas discussões no mercado financeiro. ​
A operação envolve a compra de 49% das ações ordinárias com direito a voto e 100% das ações preferenciais do Banco Master, totalizando 58% do capital da instituição.&nbsp;
A transação está sujeita à aprovação do Banco Central, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (<a href="https://www.brasil247.com/search?term=Conselho+Administrativo+de+Defesa+Econ%C3%B4mica+%28Cade%29">Cade</a>) e de outros órgãos reguladores. O Bacen possui um prazo de até 360 dias para concluir a análise da operação, conforme estabelecido na Resolução 108 de 2021.
(Com informações do Portal Metrópoles)

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo

Banco Central prioriza análise da compra do Banco Master pelo BRB​

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco de Brasília (BRB), controlado pelo governo do Distrito Federal, concordou em adquirir os ativos mais saudáveis e estrategicamente relevantes do Banco Master após meses de negociações, disse o CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, em entrevista à Reuters na terça-feira.
O acordo, anunciado na sexta-feira e sujeito à revisão pelo Banco Central, ainda está sob processo de diligência que eventualmente poderá reduzir o preço negociado de 2 bilhões de reais, a ser pago em até seis anos, disse o executivo.
As ações do BRB quase dobraram de valor com a notícia do acordo. No entanto, a falta de aprovação regulatória prévia levantou questões sobre o futuro dos ativos remanescentes do Banco Master.
O Master vinha adotando uma estratégia agressiva de crescimento financiada com certificados de depósito de alto rendimento e forte alocação de capital em precatórios, que são ordens de pagamento emitidas pelo Judiciário para quitar dívidas de entes públicos.
Costa disse que o BRB selecionou apenas ativos alinhados com sua atual estratégia de expansão de negócios e base de clientes, excluindo precatórios, direitos creditórios sobre processos judiciais e fundos de investimento contendo ações de empresas, sem conexão com seus planos.
Essa decisão deixou cerca de R$23 bilhões em ativos fora do acordo com o Master, que estava em negociação desde janeiro, disse ele.
"Esta foi uma das condições do nosso contrato", afirmou Costa em entrevista por telefone.
O BTG Pactual demonstrou interesse em alguns dos ativos do Banco Master que o BRB recusou, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. Em comunicado ao mercado nesta terça-feira , o BTG disse que "sempre analisa oportunidades de consolidação no mercado financeiro que possam trazer valor aos seus acionistas e tenham o suporte do reguladores".
Costa disse que não participou de nenhuma discussão sobre o que o acionista controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, pretende fazer com os ativos remanescentes após o BRB adquirir 58% de seu capital.
"Os outros 42% pertencem a Daniel, claro. Se ele vai manter isso no futuro ou não, esses são elementos que eu não tenho", disse Costa.
Procurado pela Reuters, Vorcaro não comentou o assunto.
De acordo com Costa, o BRB informou ao Banco Central sobre a transação acordada na sexta-feira e apresentou documentos relacionados em uma reunião em Brasília na noite de segunda-feira.
O Banco Central tem agora 360 dias para tomar uma decisão, mas Costa disse esperar que a aprovação possivelmente venha mais cedo.
Ele contou à Reuters que a negociação foi conduzida pelo BRB diretamente com o Banco Master, sem intermediários.
O executivo disse que a relação entre o BRB e o Master começou no ano passado, quando a instituição de controle estatal comprou algumas pequenas carteiras de crédito do banco privado. Em janeiro, o Master se aproximou do BRB com a proposta de uma parceria estratégica ou societária, afirmou.
"O Master atua essencialmente no atacado, médias e grandes empresas, serviços de mercado de capitais, câmbio. Além disso, tem um produto destinado a servidores públicos, que é um mercado que o BRB atua de maneira muito forte e que gente não tem, o cartão de crédito consignado", disse Costa.

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O escândalo do Banco Master: “Gestão temerária” e risco bilionário recaem sobre o contribuinte, diz economista

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