<p><b>Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil</b></p>
<p>O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro instaurou nesta quarta-feira (19) um inquérito civil para acompanhar a atuação do Estado Brasileiro e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no caso de racismo sofrido pelo jogador do Palmeiras Luighi Hanri Souza Santos, de 20 anos.</p>
<p>A agressão ocorreu no dia 6 de março, no estádio Cerro Porteño, no Paraguai, durante partida da Copa Libertadores Sub-20, quando o atleta foi vítima de ataques por torcedores do clube paraguaio, que imitaram macacos e até cuspiram na direção dos jogadores do Palmeiras.</p>
<p>Os procuradores da República no Rio e Janeiro José Julio Araújo Junior e Jaime Mitropoulos querem apurar e monitorar as medidas tomadas pelas autoridades para prevenir e enfrentar o racismo nesse caso. O inquérito investiga possível responsabilidade civil, por omissão, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no episódio de violência racial contra o atleta do Palmeiras.</p>
<p>Segundo a representação, pode ter havido negligência na defesa do jogador. Um dos motivos é a falta de defesa técnica do atleta, tendo em conta que, até o momento, não houve impugnação formal da não punição do árbitro em razão da recusa de interromper a partida conforme prescreve normativa da Conmebol;</p>
<p>Além disso, o MPF apura também a ausência de impugnação da súmula do jogo ou ainda requerimento de acesso a mesma, visto que seria prova do treinamento ou não do árbitro para intervir em casos desta natureza;</p>
<p>Os procuradores também vão investigar se houve negligência por não ter havido impugnação do valor fixado para a multa, inferior àquele previsto para publicidade irregular, uma vez que o estatuto da Conmebol trata discriminação racial como infração grave, imprescritível e sujeita a sanção em escala mundial.</p>
<p>O Ministério Público Federal determinou expedição de ofício ao Ministério do Esporte para que preste informações, no prazo de 10 dias, sobre as medidas públicas que têm adotado ou pretendem adotar neste campo. Outro ofício foi encaminhado também a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para que informe no mesmo prazo, as medidas adotadas para prevenir e enfrentar o racismo no futebol.</p>
<p>Os procuradores também incluíram no inquérito questionamentos sobre as manifestações recentes do presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Dominguez, sobre o caso. Em entrevista na última segunda-feira (17), Domínguez disse que a Copa Libertadores sem a participação de clubes brasileiros seria como “Tarzan sem a Chita”, relacionando o futebol brasileiro à personagem, que é uma chimpanzé.&nbsp;</p>
<p>Os procuradores do Ministério Público Federal do Rio agendaram ainda uma reunião para o dia 28 deste mês, às 15h, na sede da Procuradoria do Rio, com a presença do ministro do Esporte, André Luiz Carvalho Ribeiro, conhecido como “André Fufuca” e o presidente da CBF, Agnaldo Rodrigues para tratar das medidas sobre o racismo no futebol.</p>
<p>A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o caso Luighi e aguarda posicionamento.</p>

Leonardo Sobreira

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Esporte

MPF vai apurar resposta da CBF e do governo a racismo na Libertadores

<p><b>247</b> - O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não foi ao sorteio dos grupos da Libertadores e da Copa Sul-Americana na última segunda-feira (17). Também não enviou representante da entidade máxima do futebol brasileiro. De acordo com o dirigente, a punição determinada ao Cerro Porteño foi pouco rigorosa após mais um caso de racismo. Ele pediu apoio da Fifa para punir os responsáveis pelo crime que ocorreu em uma competição organizada pela Conmebol. O jogador Luighi, do Palmeiras, foi alvo de ofensas racistas na Libertadores sub-20, na partida contra o time paraguaio, que foi multado em US$ 50 mil (cerca de R$ 283 mil) e jogou de portões fechados na competição sub-20.</p>
<p>O protocolo prevê três medidas contra o racismo. O árbitro deve parar e pedir um anúncio (ao sistema de som e/ou telão) exigindo o fim deste tipo de crime. Se os atos racistas continuarem, o juiz pode suspender a partida temporariamente, com a saída dos times de campo e um novo anúncio de advertência. Caso a suspensão não tenha efeito prático, o árbitro pode determinar o fim do jogo.</p>
<p>A repercussão negativa do racismo contra Luighi aumentou após o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, afirmar que uma eventual Libertadores sem times brasileiros seria "impossível", pois seria como "Tarzan sem Chita". A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, criticou as declarações.</p>
<p>“Quando vi a declaração do presidente Alejandro Domínguez, confesso que custei a acreditar que ela fosse verdadeira. Achei até que pudesse ser um vídeo manipulado por Inteligência Artificial. Aliás, pensando bem, acho que nem mesmo a Inteligência Artificial seria capaz de produzir uma declaração tão desastrosa quanto esta”.</p>
<h2><b>Estatísticas e legislação</b></h2>
<p>O Observatório da Discriminação Racial do Futebol informou que, em 2022, foram registrados 90 casos de ofensas raciais nesta modalidade esportiva dentro do Brasil. Eram 64 casos em 2021. Os números representam aumento de 40%.</p>
<p>Em 2023, o presidente Lula aprovou a Lei 14.532, que tipifica a injúria racial como crime de racismo, que já era considerado delito no país, de acordo com a Lei 7.716, de 1989. </p>
<h2><b>Confira agora os grupos da Libertadores:</b></h2>
<h2>Grupo A</h2>
<ul><li>Universidad de Chile (CHI)</li><li>Carabobo (VEN)</li><li><b>Botafogo</b></li><li>Estudiantes (ARG)</li></ul>
<h2>Grupo B</h2>
<ul><li>River Plate (ARG)</li><li>Universitario (PER)</li><li>Independiente del Valle (EQU)</li><li>Barcelona (EQU)</li></ul>
<h2>Grupo C</h2>
<ul><li><b>Flamengo</b></li><li>LDU (EQU)</li><li>Central Córdoba (ARG)</li><li>Deportivo Táchira (VEN)</li></ul>
<h2>Grupo D</h2>
<ul><li><b>São Paulo</b></li><li>Libertad (PAR)</li><li>Talleres (ARG)</li><li>Alianza Lima (PER)</li></ul>
<h2>Grupo E</h2>
<ul><li>Colo-Colo (CHI)</li><li><b>Fortaleza</b></li><li>Racing (ARG)</li><li>Atlético Bucaramanga (COL)</li></ul>
<h2>Grupo F</h2>
<ul><li>Nacional (URU)</li><li><b>Bahia</b></li><li>Atlético Nacional (COL)</li><li><b>Internacional</b></li></ul>
<h2>Grupo G</h2>
<ul><li><b>Palmeiras</b></li><li>Bolívar (BOL)</li><li>Cerro Porteño (PAR)</li><li>Sporting Cristal (PER)</li></ul>
<h2>Grupo H</h2>
<ul><li>Peñarol (URU)</li><li>San Antonio (BOL)</li><li>Olimpia (PAR)</li><li>Vélez (ARG)</li></ul>
<h2><b>Veja também os grupos da Copa Sul-Americana:</b>

Grupo A</h2>
<ul><li>Independiente-ARG</li><li>Nacional Potosí-BOL</li><li>Guaraní-PAR</li><li>Boston River-URU</li></ul>
<h3>Grupo B</h3>
<ul><li>Defensa y Justicia-ARG</li><li><b>Vitória</b></li><li>Universidad Católica-EQU</li><li>Cerro Largo-URU</li></ul>
<h3>Grupo C</h3>
<ul><li>América de Cali-COL</li><li><b>Corinthians</b></li><li>Huracán-ARG</li><li>Racing-URU</li></ul>
<h3>Grupo D</h3>
<ul><li><b>Grêmio</b></li><li>Godoy Cruz-ARG</li><li>Atlético Grau-PER</li><li>Sportivo Luqueño-PAR</li></ul>
<h3>Grupo E</h3>
<ul><li><b>Cruzeiro</b></li><li>Palestino-CHL</li><li>Mushuc Runa-EQU</li><li>Unión de Santa Fe-ARG</li></ul>
<h3>Grupo F</h3>
<ul><li><b>Fluminense</b></li><li>Unión Española-CHL</li><li>GV San José-BOL</li><li>Once Caldas-COL</li></ul>
<h3>Grupo G</h3>
<ul><li>Lanús-ARG</li><li><b>Vasco</b></li><li>Melgar-PER</li><li>Academia Puerto Cabello-VEN</li></ul>
<h3>Grupo H</h3>
<ul><li><b>Atlético-MG</b></li><li>Caracas-VEN</li><li>Deportivo Iquique-CHL</li><li>Cienciano-PER</li></ul>

Leonardo Lucena

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Revoltado, Ednaldo Rodrigues não manda representante à Conmebol e pede apoio da Fifa no combate ao racismo

<p><b>247</b> <b>- </b>Durante a coletiva de apresentação de Vitor Roque, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, abordou o grave incidente de racismo ocorrido ontem, na partida contra o Cerro Porteño, pela Copa Libertadores sub-20, quando o atacante Luighi foi alvo de ofensas racistas de um torcedor paraguaio. Leila afirmou que o Palmeiras tomará todas as medidas possíveis para garantir que o clube paraguaio seja severamente punido, inclusive solicitando sua exclusão da competição. As informações são do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/esportes/noticia/2025/03/07/presidente-do-palmeiras-leila-diz-que-vai-solicitar-exclusao-do-cerro-porteno-da-libertadores-sub-20-apos-caso-de-racismo.ghtml">O Globo</a>.</p>
<p>“Vamos até as últimas instâncias para que o Cerro Porteño e para que os racistas e criminosos sejam punidos de forma exemplar. Nós vamos requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição porque não é a primeira vez que esse clube ataca os nossos atletas e nossos torcedores. Em 2022, torcedores do Cerro ficaram imitando macacos para nossos torcedores e não aconteceu absolutamente nada. Em 2023, os nossos atletas foram chamados novamente de macaco e o Bruno Tabata foi punido por revidar a agressão”, afirmou Leila, destacando o histórico de atitudes racistas recorrentes por parte de torcedores do clube paraguaio.</p>
<p>A presidente também fez duras críticas à postura da Conmebol diante dos episódios. De acordo com Leila, a confederação sul-americana tem se mostrado "displicente" em relação a esses casos. “Essa punição que estamos pensando é para o clube Cerro Porteño, está com nossos advogados junto com a CBF. Eu tentei falar com o presidente da Conmebol e não consegui. Foi desagradável, porque é um tema grave, não é a primeira vez que acontece e a Conmebol está sendo displicente nesse caso", completou.</p>
<p>Leila ainda enfatizou que, caso a Conmebol não tome providências, o Palmeiras buscará o apoio da FIFA para garantir uma punição exemplar. "Não vamos pedir a exclusão do Cerro só por esse caso, mas por fatos recorrentes. Nosso departamento está trabalhando nisso. Se não resolver na Conmebol vai ser na Fifa", concluiu.</p>
<p>O ato aconteceu enquanto o Palmeiras vencia por 3 a 0, e o atacante estava sendo substituído. Luighi, visivelmente abalado, fez questão de relatar o ocorrido ao árbitro, o que resultou em uma pausa temporária na partida.</p>
<p>Após o fim do jogo, o jogador não escondeu a revolta com o episódio. “Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?”, desabafou Luighi, com lágrimas nos olhos.</p>
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<p>&nbsp;</p>

Otávio Rosso

Presidente do Palmeiras diz que vai pedir exclusão do Cerro Porteño da Libertadores sub-20 após caso de racismo

<p><b>247</b> - Um caso de racismo envolvendo jogadores do Palmeiras chocou o futebol durante a vitória de 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, nesta quarta-feira (data), pela Libertadores Sub-20. O jovem meia Luighi, uma das vítimas, emocionou-se ao relatar o ocorrido e criticou a falta de abordagem imediata sobre o tema. As informações são da equipe de reportagem presente ao Estádio Gunther Vogel, no Paraguai, onde o incidente aconteceu.</p>
<p>Aos 36 minutos do segundo tempo, enquanto deixava o campo após ser substituído, Luighi foi alvo de insultos racistas por parte de torcedores do Cerro Porteño, que o chamaram de “macaco”. O jogador, visivelmente abalado, não conteve as lágrimas e, em entrevista coletiva, questionou a postura da imprensa e das entidades esportivas. “É sério isso? Não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? Até quando a gente vai passar por isso? O que fizeram comigo foi um crime. Você não vai me perguntar sobre isso? Vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? A CBF? Sei lá… Você não ia perguntar sobre isso. O que fizeram comigo é um crime, a gente é formação, a gente está aprendendo com isso”, desabafou o atleta.</p>
<p>O episódio também atingiu o lateral Figueiredo, que foi alvo de gestos racistas ao ser substituído. Apesar da vitória expressiva do Palmeiras, o clima no estádio foi marcado pela revolta diante dos ataques sofridos pelos jogadores brasileiros.</p>
<p>Em resposta ao caso, a Conmebol divulgou uma nota nas redes sociais repudiando o ato racista. “A CONMEBOL rejeita categoricamente todo ato de racismo ou discriminação de qualquer tipo. Medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área”, afirmou a entidade. A declaração reforça o compromisso de combater práticas discriminatórias, mas ainda não detalha quais medidas serão tomadas especificamente em relação ao ocorrido.</p>
<p>O Palmeiras, por sua vez, já anunciou que vai encaminhar denúncia formal à Conmebol, exigindo punição exemplar aos responsáveis. </p>
<p>“A Sociedade Esportiva Palmeiras presta toda solidariedade aos atletas do clube que estão disputando a Libertadores Sub-20 no Paraguai e comunica que irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos”, escreveu o clube em seu perfil no X. </p>
<p>A situação expõe, mais uma vez, a necessidade de campanhas educativas e punições severas para combater o racismo no futebol. Para Luighi, o episódio serve como um alerta doloroso, mas também como um chamado para que o esporte não se cale diante de crimes como esse. “A gente está aprendendo com isso”, concluiu o jovem, em meio à comoção.</p>
<p>Assista à entrevista de Luighi: </p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">Até quando o racismo será negligenciado?<br/><br/>Você é gigante, Luighi! 👏🏿 <a href="https://t.co/DyEHhXbk61">pic.twitter.com/DyEHhXbk61</a></p>— SE Palmeiras (@Palmeiras) <a href="https://twitter.com/Palmeiras/status/1897810011536986166?ref_src=twsrc%5Etfw">March 7, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Camila França

Meia Luighi do Palmeiras em entrevista coletiva após sofrer racismo em campo 

Luighi, do Palmeiras, chora e denuncia caso de racismo na Libertadores Sub-20: “isso é um crime”

Tag: luighi

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