Fábrica chinesa de tratores aposta no agro brasileiro
XCMG, gigante do maquinário agrícola e de mineração, vê nos dois setores a possibilidade de crescer no Brasil e ajudar a reerguer indústria nacional
247 - Apesar de ser um dos principais produtores de grãos e minérios do mundo, o Brasil, que vem atravessando um pesado processo de desindustrialização desde os anos 1980, importa boa parte de seus aparelhos tecnológicos para produção agrícola e extrativismo mineral. Este problema forma um círculo vicioso de uma economia que vai, cada vez mais, baseando-se na exportação de produtos básicos, com os setores privados se acomodando num dado modelo. Em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais, porém, brasileiros e chineses se unem num processo de ganha-ganha, como os orientais costumam dizer, para que uma gigante de tecnologia chinesa possa fazer crescer o parque industrial brasileiro, aplicando-o aos trabalhos do campo e extrativista.
A Xuzhou Construction Machinery Group (XCMG), empresa da província de Jiangsu, no leste da China, uniu esforços com o poder público, o agronegócio e a mineração, além da população de Pouso Alegre, para, desde 2014, mudar a história da cidade. Fabricante de maquinário pesado, como caminhões, retroescavadeiras e tratores, ela une a gestão chinesa com a capacidade do operariado brasileiro em produzir veículos, esta já de longa tradição. Por isso, antes produtora de alimentos, sobretudo laticínios, a cidade passou a ser referência industrial graças à fábrica da XCMG, às margens da BR-381 (Fernão Dias).
Segundo o prefeito Coronel Dias (Republicanos), “a empresa passou a integrar o dia a dia de Pouso Alegre com muitas ações sociais. Trabalha na capacitação de profissionais, emprega mais de mil funcionários e é considerada, hoje, uma empresa pousoalegrense”. Com orgulho, o diretor de finalização da linha de produção da XCMG, Angelo Milani, afirma que 25 veículos saem da fábrica todos os dias, com uma média anual de seis mil produtos vendidos para o Brasil e o mundo. “São tratores, retroescavadeiras, empilhadeiras, entre outros veículos de serviço pesado, que são aproveitados pela agricultura, pela mineração e pelo setor de obras urbanas em todo o Brasil, além de serem exportadas para os Estados Unidos e América Latina”.
O diretor comercial da empresa, Renato Torres, argumenta que esse crescimento foi fundamental para que a região renovasse a sua vocação econômica, superando apenas a agropecuária e solidificando suas bases para a missão industrial. “Hoje, não há quem não tenha, por ponto de referência, o robô feito com peças de trator às margens da Fernão Dias, na entrada da cidade, demarcando que Pouso Alegre é onde está a principal fábrica de maquinário agrícola do Brasil”. Montado com as conhecidas peças amarelas de um veículo de trabalho pesado, o robô às margens da Dutra demonstra o poder da indústria chinesa e mineira para a qualificação dos trabalhos de cultivo e extração.
O diretor geral da empresa, Li Hanguang, confia no crescimento da empresa para se tornar líder mundial na exportação de maquinário. “Os esforços até o presente já nos fizeram deixar a importação de produtos para a exportação de capital. Com o apoio principal do Brasil, como operação da XCMG no exterior da China, podemos aprimorar tecnologia e apontar num caminho verde e sustentável, com valores sólidos e colaboração mútua, para o ganho de ambos os países”, disse Li, em recepção ao Brasil 247, junto a uma comitiva de jornalistas.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: