Preços do café podem subir 25% em 2025 devido a má colheita no Brasil e no Vietnã, diz agência

247 - Os preços do café podem aumentar em 25% em 2025 devido às condições climáticas desfavoráveis que impactarão as colheitas no Brasil e no Vietnã, líderes mundiais na produção de café Arábica e Robusta, afirmou Anton Trenin, especialista do grupo de ratings corporativos da Agência de Rating Analítico de Crédito da Rússia (ACRA), à Sputnik.

"O café não é produzido na Rússia, e esse produto é totalmente dependente de importações... Se falarmos sobre o preço mediano, a situação dificilmente melhorará em 2025, podendo ser 20-25% maior", disse ele.

A produção global de café é dividida em 70% de Arábica e 30% de Robusta, explicou Trenin.

"O Brasil é o maior produtor de café do mundo e atende cerca de um terço da demanda global por café Arábica. Os problemas de seca no Brasil continuam pressionando o mercado... Ao mesmo tempo, tufões e chuvas raras no Vietnã, maior produtor mundial de Robusta, também devem reduzir a colheita de café", acrescentou o especialista da ACRA.

O preço de mercado dos grãos de café continuou a bater recordes históricos na última semana. Na quarta-feira, o preço dos contratos futuros de Robusta para janeiro ultrapassou US$ 5.500 por tonelada, um nível que não era visto desde pelo menos o início de 2008. O preço do Arábica superou US$ 7.300 por tonelada, estabelecendo um recorde desde 1977. O preço do Robusta ultrapassou US$ 4.000 por tonelada pela primeira vez em abril e US$ 5.000 em agosto.

Nesta segunda-feira (2), os contratos futuros de café na ICE caíram, depois de atingirem máximas em décadas na semana passada, já que os sinais técnicos de negociação indicaram que o mercado estava sobrecomprado.

Além disso, a moeda fraca do Brasil, o maior produtor, provocou vendas.

Os contratos futuros do café arábica caíram 6,9%, a 2,9605 dólares por libra-peso, depois de terem atingido seu valor mais alto desde 1977, a 3,3545 dólares na última sexta-feira. Os futuros do café robusta caíram 10,6%, a 4,806 dólares por tonelada, tendo atingido o pico de 5.694 dólares por tonelada na sexta-feira, também o mais alto desde 1977, de acordo com o índice de preços da Organização Internacional do Café (OIC).