Celso Amorim diz que Maduro e oposição não devem temer nova eleição
Assessor internacional do presidente Lula também afirmou que a proposta é apenas uma ideia "embrionária" no momento
247 - O assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira (13) que, diante do impasse eleitoral na Venezuela, ambas as partes que reivindicaram vitória não devem recear uma nova rodada de eleições.
A eleição presidencial na Venezuela foi realizada em 28 de julho, com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamando Nicolas Maduro como vencedor. No dia seguinte, protestos estouraram no país por parte daqueles que discordavam dos resultados das eleições. O opositor Edmundo Gonzalez se autoproclamou presidente com o apoio de Washington, que pediu à comunidade global que reconhecesse o ex-diplomata como o vencedor da eleição presidencial "dadas as evidências claras." O Tribunal Supremo da Venezuela ainda não divulgou os resultados de sua perícia dos materiais apresentados pelo CNE e os blocos oponentes. Gonzalez faltou à audiência no Supremo, e Maduro apareceu confiante de que a análise do tribunal venezuelano sacramentaria sua vitória.
"Se os dois lados acham que ganharam, ninguém tem nada a temer", afirmou Amorim à jornalista Raquel Landim, do UOL, citando um possível acordo que envolveria também a remoção das sanções ocidentais contra a Venezuela.
Mais cedo, o jornal Valor Econômico relatou que Amorim disse que a ideia é "embrionária".
O Brasil manifestou que não reconhecerá a vitória de Maduro sem a divulgação completa das atas desagregadas e a validação dos resultados, algo que o CNE ainda não fez. As preocupações das autoridades com a escalada da violência e as ameaças de mais prisões políticas aumentaram, e novas eleições, amplamente reconhecidas, poderiam abrir caminho para a pacificação do país.
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