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    Argentina propõe acordos comerciais bilaterais e confronta posição de Lula no Mercosul

    Posição brasileira, reiterada antes da cúpula, é de que as negociações devem ser realizadas em conjunto, como bloco

    Diana Mondino (Foto: Reprodução (YT))

    247 - Durante a reunião do Mercosul, a Argentina propôs que o bloco permita aos seus membros firmar acordos comerciais bilaterais com outras nações e grupos, marcando um novo confronto com a posição defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo Paraguai, que preferem manter as regras atuais de negociações em bloco. A chanceler argentina, Diana Mondino, sugeriu que essa flexibilização poderia ser benéfica, argumentando que é difícil obter consenso sobre todos os temas entre os membros do bloco. Para qualquer mudança nas regras do Mercosul, seria necessário um acordo unânime entre todos os membros, já que as decisões são tomadas por consenso.

    “Pensemos na possibilidade de que haja acordos bilaterais. É muito difícil que todos estejam de acordo em todos os temas. Eventualmente pode haver um caso em que um acordo comercial bilateral seja conveniente”, disse a ministra argentina. 

    A proposta argentina alinha-se com uma antiga demanda do Uruguai, que busca negociar um tratado de livre comércio com a China de forma independente. No entanto, a posição brasileira, reiterada antes da cúpula, é de que as negociações devem ser realizadas em conjunto, como bloco. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e a chancelaria brasileira destaca que o Tratado de Assunção não permite negociações bilaterais isoladas. O Paraguai, por sua vez, enfrenta uma complexa questão geopolítica, pois é um dos principais aliados diplomáticos de Taiwan, o que torna improvável um acordo comercial com a China.

    Além das divergências comerciais, a delegação argentina discordou do Brasil em vários pontos discutidos nas reuniões prévias à cúpula. A ausência do presidente argentino, Javier Milei, que boicotou a reunião, evidenciou as tensões. A Argentina se opôs ao avanço de pautas socioambientais e identitárias, vetando discussões e bloqueando declarações relacionadas a esses temas. O governo brasileiro  enfatizou que o Mercosul deve focar em superar rivalidades internas, enquanto o Paraguai concordou com a necessidade de um Mercosul pragmático. (Com informações da AFP). 

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