Argentina registra novo superávit em meio a queda no poder de compra da população e aumento de protestos

247 - A Argentina registrou um superávit fiscal primário de 1,177 trilhão de pesos argentinos (aproximadamente US$ 1,10 bilhão) em fevereiro, equivalente a cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme comunicado do Ministério da Economia do país nesta segunda-feira (17). As informações são da agência Reuters.

As políticas de austeridade adotadas pelo governo têm gerado insatisfação entre diversos setores da sociedade. Na última quarta-feira (12), aposentados, apoiados por torcidas organizadas de futebol, realizaram um protesto em Buenos Aires contra os cortes nas pensões e a perda do poder de compra devido à inflação e às medidas econômicas implementadas. A manifestação, que ocorre semanalmente em frente ao Congresso, terminou em confrontos violentos com a polícia, resultando em mais de 120 pessoas detidas e pelo menos 45 feridos.

A aliança inédita entre aposentados e torcedores de futebol teve origem após a viralização de uma entrevista de um aposentado identificado como Carlos, em entrevista ao jornal O Globo, que vestia a camiseta do clube Chacarita, de Buenos Aires. Ele expressou solidariedade com os aposentados que recebem 250 mil pesos (cerca de R$ 1.190), ressaltando a importância de apoiar aqueles que enfrentam dificuldades financeiras. ​

O governo de Milei minimizou a manifestação, atribuindo-a a "barrabravas seguramente de esquerda, com convocação baixa, muito baixa ou nula". A repressão policial aos protestos gerou críticas de diversos setores, ampliando a tensão política no país. ​

Desde que assumiu o poder, Milei implementou uma política de austeridade nos gastos públicos, incluindo cortes nos subsídios e redução do setor público, visando controlar a inflação elevada. Embora essas medidas tenham resultado em superávits fiscais, setores vulneráveis, como os aposentados, têm sido afetados negativamente, levando a uma crescente insatisfação social. ​