Argentina tem eleição decisiva neste domingo para escapar do fascismo
Ascensão do candidato de ultradireita, Javier Milei, ameaça o futuro político e econômico da nação vizinha
247 - A Argentina vai às urnas no domingo (21) para o primeiro turno da eleição presidencial, que decidirá se o país vizinho será engolido pela ameaça da extrema direita fascista, representada pela figura do candidato Javier Milei (A Liberdade Avança). Ele disputa contra o atual ministro da Economia, Sergio Massa (União pela Pátria), e Patricia Bullrich (Juntos pela Mudança), candidata da direita tradicional.
De acordo com informações da agência Télam, Massa chega às eleições com "muita confiança" de que poderá melhorar sua performance em relação às primárias de agosto para alcançar o objetivo inicial de chegar ao segundo turno, no qual ele imagina polarizando com Milei, a quem a coalizão peronista associa ao "caos".
Com uma última semana de campanha hiperativa organizada em torno da advertência de como seria o país e o que significaria para a vida cotidiana a aplicação das medidas propostas pela extrema direita, Massa e sua equipe de campanha, juntamente com os assessores de comunicação, demonstraram "confiança" e um "espírito positivo" em relação aos resultados que as urnas apresentarão neste domingo.
Por sua vez, Bullrich visa entrar no segundo turno e disputar os eleitores com Milei, que dividiu o espaço da oposição e se tornou a novidade destas eleições com uma aparição que desencadeou o cenário tripartido.
O desempenho eleitoral de Milei nas primárias, além disso, quebrou o bipartidarismo protagonizado pelo kirchnerismo e pelo "Juntos pelo Cambio", que dominava o cenário político nos últimos vinte anos.
No primeiro trecho da campanha após as primárias, Bullrich decidiu inicialmente direcionar suas críticas ao candidato do governo, Sergio Massa. No entanto, mais tarde, mudou sua estratégia e começou a questionar também - e abertamente - o próprio Milei.
Ao encerrar sua campanha na semana passada, Milei afirmou que as eleições de domingo são as "mais importantes da história" e que é possível "vencer no primeiro turno".
"Provavelmente atravessamos o deserto de 40 anos para alcançar a liberdade", exclamou Milei em seu discurso na Movistar Arena, em Buenos Aires. O público cantava "Que se vayan todos", uma música muito popular durante os protestos sociais de 2001.
De acordo com o analista de redes Mateo Maffia, que, diferentemente de todos os institutos de pesquisa, previu vitória de Milei nas primárias, o candidato fascista será eleito presidente no primeiro turno.
Para isso, Milei precisa ter mais de 40% dos votos e 10% de vantagem sobre o segundo colocado. Maffia, em entrevista à Rádio Con Vos, argentina, prevê que a ultrapassagem dessa barreira será apertada, mas acontecerá. O analista vê Massa em segundo, também crescendo, mas pouco.
Enquanto isso, o banco de investimento internacional Barclays prevê uma maior desvalorização e uma deterioração das taxas e do crédito em geral, se nas eleições presidenciais prevalecer o candidato do La Libertad Avanza e seu plano de dolarização.
Por outro lado, o banco multinacional Barclays acredita que essas "expectativas poderiam mudar caso o candidato oficialista, Sergio Massa, consiga avançar para o segundo turno (como as pesquisas preveem) e tenha a opção de vencer a Presidência", porque, dizem os analistas, "neste caso, a possibilidade de uma dolarização seria afastada" e a incerteza que esta medida gera.
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