Autoridades citam risco de 'crise diplomática' caso a Argentina negue extraditar foragidos pelos atos golpistas do 8/1
Avaliação é de que a relação bilateral poderá ser abalada caso o governo do ultradireitista Javier Milei não apresente argumentos consistentes para recusar a extradição
247 - Autoridades brasileiras estão apreensivas quanto à possibilidade de uma crise diplomática sem precedentes entre Brasil e Argentina, caso o governo do ultradireitista Javier Milei negue a extradição de brasileiros condenados e foragidos pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. A situação envolve pedidos de refúgio de cidadãos brasileiros em território argentino, o que pode gerar um embate diplomático entre os dois países.
Segundo um diplomata ouvido pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, os brasileiros que buscam refúgio na Argentina enfrentarão dificuldades em comprovar que são vítimas de perseguição política. “Se o governo Milei aceitar o asilo mesmo com argumentos inconsistentes, a relação bilateral poderia sofrer um abalo”, destaca a reportagem.
No Brasil, o Ministério da Justiça, responsável por encaminhar os pedidos formais de extradição ao Ministério das Relações Exteriores após análise detalhada dos casos, também compartilha a preocupação com os possíveis desdobramentos diplomáticos.
Apesar das declarações controversas de Javier Milei sobre o Brasil, proferidas tanto antes quanto depois de sua eleição, os dois países mantêm suas relações diplomáticas normalizadas até o momento.
Pessoas familiarizadas com o caso revelaram que os pedidos de refúgio podem ter ultrapassado a marca de 100 brasileiros, embora nem todos os solicitantes tenham sido condenados pelos atos de 8 de janeiro. Devido ao caráter sigiloso do processo, não se sabe ao certo quantas solicitações foram formalmente apresentadas.
Além disso, a análise desses pedidos pela Justiça argentina pode prolongar o processo de extradição, com alguns casos podendo levar meses ou até mais de um ano para serem concluídos.
No entanto, um fator que pode acelerar o trâmite é a existência de ordens de prisão preventiva em aberto contra os solicitantes de refúgio. Nesse cenário, as autoridades argentinas poderiam dar prioridade aos pedidos de extradição, reduzindo o tempo de análise e decisão.
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