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    Bolívia busca investimentos em petróleo e gás e ajuda da Rússia para resolver crise energética

    "Estamos trabalhando para atrair financiamento de vários lados e também procurando parceiros", disse o presidente da YPFB, Armin Dorgathen

    Dutos de GNL 22/01/2014 (Foto: REUTERS/Baz Ratner)

    Reuters - A estatal de energia boliviana YPFB está procurando melhorar as condições de investimento no setor de petróleo e gás do país e buscando ajuda da Rússia para superar a recente escassez de combustível, disse o chefe da empresa à Reuters.

    O país sul-americano está se recuperando de um golpe militar frustrado contra o governo na semana passada, que se originou, em parte, em uma crise econômica crescente ligada a anos de declínio na produção de petróleo e gás, que atingiu as reservas de moeda forte.

    Em uma entrevista na Bolívia, poucos dias após a tentativa fracassada de golpe de 26 de junho, o presidente da YPFB, Armin Dorgathen, admitiu que os erros políticos dos últimos anos afastaram os investidores, prejudicando a produção. A produção de gás caiu pela metade em relação ao pico de uma década atrás, enquanto a produção de petróleo é a mais baixa desde a década de 1990.

    "Estamos trabalhando para atrair financiamento de vários lados e também procurando parceiros", disse Dorgathen à Reuters. Ele citou problemas com pagamentos, legislação e regulamentação sob a liderança majoritariamente socialista do país nos últimos anos, o que dificultou a entrada de empresas privadas -- uma situação que a YPFB estava agora tentando mudar.

    "O setor estava desanimado", disse ele. "Agora estamos trabalhando também com os parceiros que já temos aqui na Bolívia -- Repsol, TotalEnergies, Petrobras, para que investimentos adicionais possam ser feitos."

    A queda na produção nacional de petróleo e gás tem sido o cerne dos recentes problemas econômicos e políticos da Bolívia. Outrora um importante exportador de gás para vizinhos como o Brasil, a queda na produção prejudicou a receita de exportação e deixou as reservas do banco central quase esgotadas.

    Os protestos relacionados à falta de dólares e às longas filas nos postos de gasolina têm se tornado cada vez mais comuns, alimentando as tensões e levando a brigas internas no partido socialista MAS, no poder, entre o presidente Luis Arce e o ex-líder Evo Morales.

    Dorgathen disse que, no curto prazo, o maior problema de energia é a escassez de gasolina, que colocou em evidência as importações caras. A Bolívia importa metade da gasolina necessária para atender à demanda doméstica, o que custa cerca de 800 milhões de dólares por ano.

    Ele disse à Reuters que o país estava se voltando para compras mais diretas -- e de baixo custo -- de produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros por meio de sua nova estatal de trading de energia, a Botrading S.A.

    "Nosso objetivo por meio da Opep é ter acesso a combustível mais barato e melhorar os suprimentos", disse Dorgathen.

    O governo também estava buscando ajuda da Rússia, que faz parte da Opep+, para facilitar o fornecimento de combustível. A Rússia foi atingida por sanções sobre as exportações de energia devido à invasão da Ucrânia em 2022. A russa Lukoil entregou 366.000 barris de diesel em 19 de junho para a YPFB a partir do porto de Vysotsk, no Mar Báltico.

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