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Brasil irá pressionar por transparência nas eleições venezuelanas, mas descarta condenação em reunião da OEA

Diplomatas brasileiros avaliam que a influência da OEA sobre a Venezuela é limitada e que uma condenação coletiva não ajudaria a reduzir a tensão política

Sede da OEA em Washington (Foto: REUTERS/Kylie Madry)

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247 - O Brasil pretende exigir a divulgação de atas de votação e reforçar a cobrança por transparência nas eleições da Venezuela durante a reunião extraordinária da OEA (Organização dos Estados Americanos), marcada para esta quarta-feira (31). No entanto, segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o país não apoiará iniciativas para condenar Nicolás Maduro no órgão.

Embora as eleições venezuelanas sejam questionadas, diplomatas brasileiros acreditam que é essencial manter diálogo aberto para resolver conflitos, inclusive com países que não têm contato com o governo do presidente Nicolás Maduro. Nesta semana o Brasil ajudou a evitar a invasão da Embaixada da Argentina em Caracas por manifestantes chavistas.

Ainda conforme a reportagem, o embaixador Benoni Belli, representante do Brasil na OEA, deverá  ressaltar na reunião a importância de divulgar os dados eleitorais para dissipar dúvidas sobre o resultado do pleito. Diplomatas brasileiros avaliam que a influência da OEA sobre a Venezuela é limitada e que uma condenação coletiva não ajudaria.

O descrédito da OEA é atribuído à atuação de seu secretário-geral, Luis Almagro, que reconheceu Juan Guaidó como presidente autoproclamado e defendeu sanções e uma intervenção armada na Venezuela. Segundo um diplomata, Almagro se alinhou a uma oposição nem sempre democrática, perdendo poder de mediação. No Itamaraty, a cautela é vista como fundamental para manter abertas as oportunidades de diálogo e insistir na divulgação das atas sinaliza que o governo de Maduro não tem carta-branca, apesar das declarações de Lula minimizando a tensão.

Embora o Brasil possa apoiar um texto da OEA com críticas moderadas à Venezuela, um consenso na reunião desta quarta-feira é considerado  improvável. Argentina, Peru e Equador defendem uma reprimenda mais dura, enquanto Honduras, Bolívia e São Vicente e Granadinas parabenizaram Maduro. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, recusou-se a participar da reunião extraordinária da OEA sobre a Venezuela, alegando parcialidade do órgão. 

Em um comunicado, o gabinete de Almagro afirmou que a Venezuela sofreu sua "mais aberrante manipulação". O Carter Center, principal observador eleitoral independente nas eleições venezuelanas, declarou que o processo não pode ser considerado democrático. A organização destacou a falta de resultados desagregados por mesa de votação e a violação dos princípios eleitorais.

Nicolás Maduro foi declarado eleito pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que atribuiu 51,2% dos votos a ele e 44,2% ao opositor Edmundo González Urrutia. 

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