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    Brasil pede salvo-conduto para opositores venezuelanos asilados em embaixada argentina

    Brasil assumiu a responsabilidade pela segurança da representação diplomática após a expulsão dos diplomatas argentinos.

    (Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters)

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    247 - O Brasil reiterou nesta quarta-feira (11), durante uma sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, seu pedido para que o governo venezuelano conceda salvo-conduto aos seis líderes opositores asilados na embaixada da Argentina em Caracas. O Brasil assumiu a responsabilidade pela segurança da sede diplomática após a expulsão dos diplomatas argentinos.

    “O governo brasileiro vem atuando para viabilizar a concessão de salvos-condutos para os asilados. O tema vem sendo objeto de tratativas, em alto nível, envolvendo as autoridades venezuelanas”, disse o embaixador Benoni Belli, representante brasileiro na OEA, segundo a Folha de S. Paulo.

    A sessão foi convocada pelo governo argentino de Javier Milei, que denunciou o cerco imposto pelas forças de segurança venezuelanas à embaixada nas últimas três semanas. Entre os opositores estão figuras de destaque, como Claudia Macero, diretora de comunicação, e Pedro Urruchurtu Noselli, estrategista de política externa, ambos ligados à líder opositora María Corina Machado.

    Desde que os opositores se refugiaram na embaixada, em março, episódios de assédio foram relatados. O fornecimento de energia elétrica foi cortado e as entregas de alimentos e medicamentos têm sido barradas pelos agentes de segurança do governo de Nicolás Maduro, segundo relatos recebidos por autoridades brasileiras. Apesar disso, a sede diplomática conta com um gerador de emergência.

    O Brasil, que ofereceu enviar um avião para resgatar os asilados, busca manter linhas de comunicação abertas com o regime venezuelano, evitando aderir a uma declaração conjunta liderada por Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos e outros países. Esse esforço diplomático ocorre em meio à deterioração das relações bilaterais desde que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva PT) vetou a entrada da Venezuela no bloco do BRICS.

    Gerardo Werthein, chanceler argentino, apelou por uma ação urgente. “Aceitaremos que seis pessoas cuja única culpa foi exercer o direito à dissidência passem por isso? Vamos atuar agora ou esperaremos uma tragédia? A história nos julgará não apenas pelo que fazemos, mas pelo que deixamos de fazer. A indiferença é cúmplice da arbitrariedade”, disse.

    O episódio lembra o cerco à embaixada argentina em setembro, que resultou no exílio de Edmundo González, o líder opositor que os Estados Unidos e diversos países consideram o verdadeiro vencedor das eleições venezuelanas. De Madri, González afirmou que pretende retornar à Venezuela para tomar posse em janeiro de 2025 e anunciou María Corina Machado como sua futura vice-presidente, embora muitos vejam essa possibilidade como remota.

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