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"Devo e quero pagar", diz Maduro sobre dívida de US$ 1 bi da Venezuela com o Brasil

Afirmação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro foi feita durante reunião com o assessor especial do presidente Lula, o diplomata Celso Amorim

Celso Amorim e Nicolás Maduro (Foto: Reprodução/Twitter/@NicolasMaduro)

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247 - O assessor especial do presidente Lula, o diplomata Celso Amorim, disse que o encontro que manteve esta semana com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tratou de temas referentes à democracia, relações bilaterais e, também da dívida de US$ 1 bilhão que a Venezuela possui junto ao Brasil. Segundo Amorim, Maduro disse que pretende “equacionar a questão da dívida”. “Claro que não vão pagar tudo de uma vez. Foi um pouco mais do que ‘devo, não nego, pagarei quando puder’. Foi um devo e quero pagar. Não houve conversa sobre isso com o governo Bolsonaro que, aliás, queria que eles não pagassem para usar isso. Acho que será pago normalmente”, disse Amorim ao jornal O Globo.

Ainda segundo Amorim, a reunião também abordou a normalização das relações entre Brasil e Venezuela, que sofreram um forte abalo devido às posições ideológicas do governo Jair Bolsonaro. “Destaquei a importância que damos ao relacionamento com a Venezuela, a normalização, a volta da cooperação e também a importância que damos ao processo democrático que está se desenhando lá. Fiz questão de estar com a oposição, os principais grupos, entre eles o que chamam de G-4. É um grupo grande, que congrega [Henrique] Capriles, entre outros, e representa a oposição no diálogo patrocinado pela Noruega, que tem sede no México”, ressaltou o diplomata. 

Questionado sobre a posição do Brasil no tocante à resolução da ONU sobre a Nicarágua, Amorim ressaltou que “o Brasil mostrou que tem uma posição clara, uma forte preocupação com a violação dos direitos humanos, ficou absolutamente chocado com a desnacionalização de pessoas, os apátridas, e se manifestou. Mas o Brasil não vai apoiar sanções, não vai entrar em grupos pré-organizados com objetivos ideológicos, respiramos o pluralismo”. 

Ainda segundo ele, o Brasil ajudará a Nicarágua “no que puder ajudar. Mas só se ajuda quem quer ser ajudado. Mas, se ele [presidente Daniel Ortega]não quiser ajuda, não vamos patrocinar invasões, sanções que só atingem a população, é contra nossa visão”.

Perguntado se a guerra da Ucrânia com a Rússia estará na pauta da  viagem que o presidente Lula fará a China, o diplomata afirmou que este “não é o objetivo. Temos uma parceria estratégica, que, na prática, vem da época do governo Sarney. Hoje a China absorve um percentual enorme das nossas exportações, quase três vezes o que exportamos para os EUA, então é um país de grande importância para o Brasil, para o nosso agronegócio. Teremos muitos temas. Pensar como podemos fazer o que pode ser importante para o mundo, por exemplo, em matéria de mudanças climáticas. Existe um potencial de complementaridade importante. Queremos trabalhar juntos”.

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