Ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez enfrenta julgamento por acusações de genocídio
A boliviana está presa. As denúncias têm como base o relatório de uma comissão especial internacional que investigou a repressão a protestos
Agência Sputnik - O julgamento da ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez, acusada de genocídio, foi adiado de segunda-feira (2) para quarta-feira (4), conforme informou o ministro da Justiça do país, Ivan Lima.
"O início do julgamento contra Jeanine Áñez, [o ex-ministro do Interior] Arturo Murillo, [o ex-ministro da Defesa] Fernando López e outros 15 no 'caso Senkata' foi adiado para às 9h30 de quarta-feira, 4 de setembro. Esperamos que o julgamento comece e que a justiça compense as vítimas e suas famílias. A dor e o sofrimento dessas pessoas não podem ficar impunes", disse Lima na plataforma X.
Áñez foi detida em março de 2021 e está em prisão preventiva desde então. A Procuradoria-Geral da Bolívia pede 30 anos de prisão para ela. Entre os outros réus neste caso está o ex-ministro de Hidrocarbonetos, Victor Hugo Zamora.
As acusações de genocídio têm como base o relatório de uma comissão especial internacional que investigou a repressão aos protestos durante o governo de Áñez nas cidades de Sacaba e Senkata. A comissão classificou as ações das forças de segurança como um massacre e confirmou que pelo menos 37 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas, a maioria civis que se opunham ao governo de Áñez.
Após a oposição na Bolívia alegar violações generalizadas nas eleições presidenciais de 20 de outubro de 2019, o então presidente Evo Morales, sob pressão dos militares, renunciou ao cargo e deixou o país. Após sua saída, toda a alta liderança da Bolívia também renunciou, e o poder foi transferido para a vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez. As novas eleições presidenciais de 2020 foram vencidas pelo socialista Luis Arce.
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