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      Governador de Buenos Aires separa data de eleições na Argentina; ato é visto como rompimento com Cristina Kirchner

      Decisão do Axel Kicillof provoca crise com o kirchnerismo e expõe disputa interna pelo controle do peronismo

      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O governador peronista da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, oficializou nesta segunda-feira (8) a separação entre as eleições provinciais e as nacionais na Argentina, medida que contrariou frontalmente a ex-presidente Cristina Kirchner e aprofundou a divisão interna no grupo. A informação é do El País.

      Por decreto, Kicillof marcou as eleições legislativas provinciais para 7 de setembro, enquanto as nacionais (para deputados e senadores) ocorrerão em 26 de outubro. Cristina, principal liderança do setor kirchnerista do peronismo, rejeita a separação, alegando que isso enfraquece a campanha nacional, considerada por ela essencial para preservar protagonismo político.

      A decisão abalou uma relação política de longa data. Cristina considerava Kicillof um de seus herdeiros — ao lado do filho, Máximo Kirchner — e chegou a promovê-lo como possível presidenciável. A ruptura lembra o que ocorreu com Alberto Fernández, escolhido por Cristina em 2019, mas que fracassou ao tentar governar sem apoio interno.

      A reação mais contundente veio de Mayra Mendoza, prefeita de Quilmes: “Estivemos reunidos no domingo mais de oito horas e isso não era o que havíamos fechado. Do nosso lugar não há uma briga. Quem rompeu algo no processo de decisão conjunta foi Axel. Nós queríamos unidade e uma só eleição. Qual é o problema que ele tem com Cristina?”.

      Em defesa do governador, o ministro de Desenvolvimento de Buenos Aires, Andrés Larroque respondeu: “Estamos observando decisões de Cristina que não coincidem com sua conduta histórica. Tudo tem retorno se se aceita que Axel não é um empregado e é o governador da província”.

      Além de desafiar Cristina, Kicillof assume, mesmo sem declarar, um papel central no debate sobre a renovação do peronismo após a vitória de Javier Milei. Seu maior risco agora é perder o apoio de setores ligados ao kirchnerismo no governo provincial, como já aconteceu com Alberto Fernández após a derrota de 2021. Por outro lado, ele conta com respaldo de intendentes que buscam mudanças na condução do movimento fundado por Juan Domingo Perón há 80 anos.

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