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    Liderada pelo Brasil, América Latina condena agressão do Equador ao México

    O Itamaraty classificou a ação do Equador como uma "clara violação" das normas internacionais

    Lula e protesto no Equador (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Karen Toro)

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    QUITO (Reuters) - Os governos latino-americanos, incluindo o Brasil, solidarizaram-se com o México neste sábado, depois de a sua embaixada no Equador ter sido invadida para prender, sob indícios de corrupção, um polêmico político a quem foi concedido asilo pelas autoridades mexicanas.

    A prisão de Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, na noite de sexta-feira, desencadeou uma rápida suspensão das relações com Quito pela Cidade do México, com o governo do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador classificando a incursão diplomática incomum e a prisão como um ato "autoritário"  e uma violação do direito internacional e da soberania do México.

    Neste sábado, quatro governos de esquerda da América Latina – Brasil, Colômbia, Venezuela e Cuba – criticaram a prisão de Glas, que procurava refúgio na embaixada desde dezembro.

    Ele pôde ser visto em vídeos que circulam nas redes sociais sendo levado por um comboio policial ao aeroporto da capital Quito, acompanhado por soldados fortemente armados. Ele então embarcou em um avião a caminho de um centro de detenção em Guayaquil, a maior cidade do país andino.

    O governo do Brasil condenou a ação do Equador como uma "clara violação" das normas internacionais que proíbem tal ataque a uma embaixada estrangeira, em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país.

    A ação do Equador contra a embaixada deve “ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização”, segundo o comunicado, que enfatizou a solidariedade de Brasília com o México. ‎

    Enquanto isso, o presidente colombiano, Gustavo Petro, argumentou em um post no X que a América Latina “deve manter vivos os preceitos do direito internacional em meio à barbárie que avança no mundo”.

    Glas, condenado duas vezes por corrupção, estava escondido na embaixada em Quito desde que pediu asilo político em dezembro, pedido que o México atendeu na sexta-feira.

    As autoridades equatorianas solicitaram, sem sucesso, permissão do México para entrar na embaixada e prender Glas.

    Em 2017, Glas, o ex-segundo em comando do ex-presidente Rafael Correa, também de esquerda, foi condenado a seis anos de prisão depois de ser considerado culpado de aceitar subornos da construtora brasileira Odebrecht em troca de lhe conceder contratos governamentais.

    Ao enfrentar um novo mandado de prisão por acusações distintas de corrupção, Glas alegou ser vítima de perseguição política, o  que o governo do Equador negou.

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