Itamaraty avalia que tentativa fracassada de golpe militar na Bolívia pode acelerar ingresso do país no Mercosul
Avaliação é de que essa adesão seria um compromisso com a democracia. Mercosul adota a chamada "cláusula democrática" que impede a participação de governos autoritários no bloco
247 - Integrantes do Ministério das Relações Exteriores do Brasil acreditam que a tentativa frustrada de golpe militar na Bolívia, nesta quarta-feira (27), pode acelerar a entrada do país vizinho no Mercosul. A discussão sobre esse novo membro deve ser feita na cúpula do bloco, que será realizada no Paraguai, no próximo dia 8.
"A avaliação de membros do Itamaraty é de que essa adesão seria simbólica de um compromisso da Bolívia com a democracia – o Mercosul adota a chamada "cláusula democrática" que impede a participação de governos autoritários no bloco. O tema da democracia, aliás, deve ser o grande assunto da Cúpula do Mercosul em Assunção, no mês que vem”, destaca a jornalista Camila Bomfim em sua coluna no g1.
O Itamaraty também avalia que, após a tentativa mal-sucedida de golpe, a visita prevista de Lula a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, se tornou ainda mais importante e simbólica. A viagem será no dia 9 de julho, um dia após a Cúpula. Integrantes do governo consideram que o ocorrido na Bolívia pode ser visto como uma fonte de instabilidade política, somando-se ao cenário de tensão em países como Peru e Venezuela. O Itamaraty ressalta, no entanto, que houve uma resposta firme em defesa da democracia, inclusive de presidentes conservadores como o do Uruguai.
"A democracia é um valor fundamental para o Brasil, como reafirmamos ontem ao rechaçar a inaceitável tentativa de golpe de estado na Bolívia", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em reunião do Conselhão, nesta quinta-feira (27). O Itamaraty considera que o recado foi dado no sentido de que o golpismo não será tolerado – assim como não foi no Brasil quando houve o 8 de janeiro.
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