Iván Duque critica entrada de tropas russas na Nicarágua
Ortega, que é aliado do presidente russo Vladimir Putin, autorizou a entrada de 80 soldados russos no segundo semestre deste ano
ARN - O presidente colombiano, Iván Duque, rejeitou nesta quinta-feira a decisão do governo nicaraguense, liderado por Daniel Ortega, de permitir a entrada de tropas russas para operações contra o crime no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico nicaraguense.
"Quando o mundo está vendo o pior genocídio que já viu na história recente, onde eles estão tentando exterminar o povo ucraniano, que resistiu com bravura, coragem e veemência por sua soberania, é claro que isso me preocupa", disse Duque durante uma entrevista em Washington à "Voz da América".
O presidente pediu que a medida tomada por Ortega após a aprovação da Assembleia Nacional seja rejeitada pelos demais países da região. "Que um país, que também é outra ditadura, está tentando patrocinar as mesmas tropas que estão cometendo genocídio em outras partes do mundo para vir e se sentar em seu território... isso deve ser rejeitado por todos", exigiu.
Ortega, que é aliado do presidente russo Vladimir Putin, autorizou a entrada de 80 soldados russos no segundo semestre deste ano para que pudessem participar de "exercícios de assistência humanitária e combate ao narcotráfico", segundo o decreto publicado pelo governo da Nicarágua.
Da mesma forma, o decreto autoriza a entrada de 50 militares em regime “rotativo” para participar de uma “troca de experiências e comunicação operacional com navios e aeronaves do Exército da Nicarágua em tarefas de enfrentamento e combate ao narcotráfico e ao crime organizado transnacional”.
No mesmo decreto, ele também autorizou a entrada por seis meses de membros das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas da Venezuela, que realizarão os mesmos exercícios que os militares russos. Por sua vez, acrescentou que os militares de Cuba e do México poderão participar de "intercâmbios e trabalhos de caráter humanitário".
A Rússia e a Nicarágua são aliadas desde a Revolução Sandinista de 1979-1990, quando a Frente Sandinista de Libertação Nacional (referindo-se ao patriota e revolucionário nicaraguense Augusto César Sandino) pôs fim à ditadura de Anastasio Somoza e sua família. A União Soviética na época forneceu armas às Forças Armadas da Nicarágua.
Duque está visitando a capital dos Estados Unidos, onde se comemoram 200 anos de relações bilaterais com esta nação.
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