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    Massa chega às eleições da Argentina com "muita confiança" de ir ao segundo turno e polarizar contra "o caos"

    No centro de estratégia da campanha "Massa Presidente" há o sentimento de que "tudo foi feito" e que "o trabalho foi muito bom"

    O ministro da Economia e candidato presidencial da União pela Pátria (UxP), Sergio Massa, durante o encerramento da campanha da UxP em uma fábrica na localidade de Pilar, em Buenos Aires, onde esteve rodeado de trabalhadores 19/10/2023 (Foto: TÉLAM)

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    Por Julio El Ali (Télam) - O candidato presidencial da União pela Pátria (UxP), Sergio Massa, chega às eleições com "muita confiança" de que poderá melhorar sua performance em relação às primárias para alcançar o objetivo inicial de chegar ao segundo turno, no qual ele imagina polarizando com o candidato da La Libertad Avanza (LLA), Javier Milei, a quem a coalizão peronista associa ao "caos".

    Com uma última semana de campanha hiperativa organizada em torno da advertência de como seria o país e o que significaria para a vida cotidiana a aplicação das medidas propostas pela extrema direita, Massa e sua equipe de campanha, juntamente com os assessores de comunicação, demonstraram "confiança" e um "espírito positivo" em relação aos resultados que as urnas apresentarão neste domingo.

    No centro de estratégia da campanha "Massa Presidente", também há o sentimento de que "tudo foi feito" e que "o trabalho foi muito bom", pois esperam comemorar na noite de domingo no bunker da União pela Pátria, que voltará a funcionar no espaço cultural C Complejo Art Media, localizado na Avenida Corrientes 6271, no bairro de Chacarita.

    Longe dos números favoráveis das eleições de 2019, o peronismo comemorará e verá seu objetivo alcançado se impedir que Milei vença no primeiro turno e forçar um segundo turno em 19 de novembro, sendo a segunda força mais votada, atrás de La Libertad Avanza.

    "Ir ao segundo turno" foi a missão definida desde o início da campanha antes das primárias, onde UxP projetou uma estratégia eleitoral de "três etapas, três passos", embora tenha sofrido um revés inesperado nas primárias de agosto. O objetivo naquela época era que Massa fosse "o candidato mais votado", mas Milei tomou esse título dele por uma pequena margem percentual, em uma eleição dividida em terços, como previsto pela vice-presidente Cristina Kirchner.

    Às vésperas das eleições gerais, Massa, sem mencioná-los, estimou em uma entrevista para Infobae que nas eleições gerais "poderia ganhar" UxP ou LLA, mas "haveria um segundo turno" entre "o leão", identificado como Milei, e "o tigre", relacionado a Massa.

    Por outro lado, para o candidato peronista em terceiro lugar estará a candidata do Juntos pelo Cambio (JxC), Patricia Bullrich.

    No duelo que se antevê para o segundo turno, a equipe eleitoral de Massa acredita que a figura do ministro e ex-prefeito de Tigre será valorizada por sua experiência como líder e conhecimento da administração pública, em contraste com a incerteza e "o caos" associados a Milei.

    Sobre a campanha da UxP, o chefe de gabinete e candidato a vice-presidente, Agustín Rossi, avaliou que "neste período", as propostas de Sergio Massa "conseguiram maior consenso".

    "Sergio se destacou como o candidato mais sólido, aquele que apresentou mais propostas. Ele se posicionou como o presidente dos trabalhadores e tomamos medidas em benefício deles", analisou.

    Após a surpreendente derrota nas primárias em províncias do norte do país e o avanço do LLA no conurbano de Buenos Aires, Massa, governadores e prefeitos peronistas alinharam estratégias e focaram na recuperação dos votos perdidos nessas regiões, historicamente apoiadoras do PJ.

    Por isso, o relançamento da campanha nesta fase ocorreu em Tucumán, com a participação de todos os governadores da situação, a CGT, a CTA e os movimentos sociais, liderados pelo governador de Tucumán, Juan Manzur.

    No encerramento da campanha na província de Buenos Aires, no Dia da Lealdade, Manzur afirmou que "após as primárias, o peronismo acordou e começou a percorrer o território nas províncias, então acredito que teremos uma excelente eleição neste domingo".

    Para evitar surpresas, a equipe da UxP projeta que Massa "deve ultrapassar 33,34% dos votos" para garantir, pelo menos, o segundo lugar nas eleições.

    No quartel-general, o objetivo final "é alcançar quase 8,4 milhões de votos, 2 milhões a mais do que nas primárias, projetando um aumento na participação do eleitorado para 75%", cinco pontos percentuais a mais que nas primárias anteriores.

    Com esse objetivo, Massa visitou várias províncias do norte, frequentemente foi a Rosario e também aos distritos de Mendoza e Neuquén.

    Ele também realizou muitas atividades de campanha com o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, que busca a reeleição e cuja vitória é crucial para chegar ao segundo turno com mais apoio, algo que Daniel Scioli não teve em 2015.

    Um dos eventos mais emblemáticos para a tradição peronista foi a caravana em González Catán, em La Matanza.

    Embora Massa tenha contado com o apoio político do presidente Alberto Fernández e da vice-presidente, foram os governadores, prefeitos, sindicalistas, líderes de movimentos sociais, líderes comunitários e vários funcionários nacionais que decidiram se aproximar diretamente do povo para explicar as propostas do "futuro país" e as implicações das medidas de Milei e Bullrich.

    Um dos que se destacou em suas atividades em diferentes ambientes públicos, interagindo diretamente com a população, foi o ministro de Obras Públicas, Gabriel Katopodis. Ele visitou diversas obras para conversar com trabalhadores, esteve em empresas privadas e até parou em estações de trem e ônibus.

    Em sua conta no X (ex-Twitter), Katopodis escreveu: "Nosso candidato Sergio Massa se dedicou a explicar durante a campanha como iríamos resolver cada problema, cada desafio que nosso país enfrenta, porque é o mais preparado".

    Nos dois debates presidenciais, Massa manteve uma postura não confrontacional, sendo o candidato que apresentou propostas concretas.

    No entanto, a súbita alta do dólar ilegal após o segundo debate alertou o candidato peronista, que pausou a campanha por vários dias, focando em seu papel como ministro da Economia, liderando operações contra especuladores financeiros.

    Em face deste revés e uma inflação ainda em dois dígitos, a recomendação dos especialistas em comunicação brasileiros que assessoram o candidato da UxP, com o aval do presidente do Brasil, Luiz Inácio 'Lula' da Silva, foi "ir com tudo". Por isso, nesta semana houve uma ofensiva contra as propostas de Milei, evidenciada nos cartazes nas estações de trem que destacavam o valor da passagem se os opositores vencessem.

    A estratégia dos consultores brasileiros também se baseia em "não perder o foco", que Massa retomou após as primárias, com medidas econômicas para recuperar o poder de compra dos salários, posteriormente enviadas ao Congresso para que "as pessoas conheçam a verdadeira postura dos opositores".

    Com esse objetivo, foi eliminada a quarta categoria do imposto de renda, foram removidas as retenções das economias regionais, houve alívio fiscal para as PMEs e o IVA foi devolvido aos itens básicos de alimentação e produtos de limpeza.

    Nesse contexto, Unión por la Patria, com a chapa Massa-Rossi, busca chegar ao segundo turno, algo que, no ano passado, parecia muito distante para a situação.

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