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Milei encerra programa de prevenção à gravidez na adolescência

Programa argentino, referência na América Latina, é cortado, gerando preocupações sobre saúde reprodutiva e direitos das mulheres

Javier Milei. Foto: Reuters / Agustin Marcarian

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247 - Em um movimento com repercussão em toda a América Latina, o governo de Javier Milei anunciou o desmantelamento do Programa Nacional de Prevenção da Gravidez Não Intencional na Adolescência (Enia), um modelo elogiado pela sua eficácia desde sua criação em 2018. Especialistas expressam preocupações sobre os impactos desse corte, não apenas na saúde reprodutiva dos jovens argentinos, mas também nos direitos das mulheres.

Durante o período de 2018 a 2021, o Enia conseguiu reduzir significativamente o número de gestações entre adolescentes argentinas, com uma queda notável de 22 pontos percentuais na taxa de fecundidade nessa faixa etária. No entanto, o anúncio recente de que 619 profissionais de saúde ligados ao programa não teriam seus contratos renovados indica o fim abrupto dessa iniciativa, destaca reportagem do jornal O Globo.

A socióloga Silvina Ramos, ex-coordenadora do programa, lamenta o desfecho e aponta para as consequências adversas que essa medida pode acarretar. "Cada gravidez adolescente evitada representa um custo de apenas US$ 60 para o Estado. O que estamos vendo é um retrocesso alarmante em uma área crucial da saúde pública", destaca.

Além disso, o temor se estende à possibilidade de que o governo Milei possa também comprometer outras conquistas das argentinas, incluindo a legalização do aborto. A falta de financiamento para a compra de medicamentos utilizados em abortos legais levanta preocupações sobre a garantia desse direito fundamental.

A ausência de uma política clara em saúde reprodutiva e sexual é vista como um sinal preocupante por especialistas.

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