Movimentos populares brasileiros lançam manifesto em defesa do processo eleitoral na Venezuela
O documento ressalta que "a nação latino-americana tem um sistema eleitoral democrático
247 - Movimentos populares brasileiros, sindicatos, partidos políticos, associações de juízes e promotores estão sendo convocados a viajar para a Venezuela e acompanhar in loco o processo eleitoral, em resposta a uma campanha difamatória organizada pelos interesses econômicos dos Estados Unidos sobre o processo eleitoral venezuelano, conforme informado em um comunicado conjunto.
O documento ressalta que "a nação latino-americana tem um sistema eleitoral democrático, que utiliza máquinas de votação eletrônica e também conta com votos impressos para verificação", assinala a Telesur em noticiário para toda a América Latina.
Além disso, destaca que desde 1998 a Venezuela realizou mais de 30 eleições, auditadas por autoridades judiciais eleitorais internacionais, incluindo as do Brasil.
O comunicado menciona que nestas eleições foram eleitos governadores, prefeitos e deputados contrários ao chavismo, sem que ninguém protestasse.
Atualmente, estão registrados 13 candidatos competindo, sendo 12 deles de oposição. Além disso, um total de 37 partidos políticos participaram, sendo 70% de oposição ao governo.
Sobre a representante da extrema direita "bolsonarista", Maria Corina Machado, eles apontam que "tentou se candidatar mesmo sabendo que já havia sido impedida pelo poder judiciário, seis meses atrás, por crimes de corrupção, traição à pátria e tentativas de golpe de Estado".
O comunicado também expõe que, como medida propagandística, sabendo que não era elegível, ela nomeou de última hora a Sra. Corina Yoris; no entanto, essa pessoa não contou com o apoio de nenhum partido político e nem mesmo apresentou os requisitos de assinaturas equivalentes a 5% da norma eleitoral para se registrar de acordo com as leis eleitorais, sendo unanimemente rejeitada pela junta eleitoral.
"É claro que está em curso uma campanha difamatória organizada pelos interesses econômicos dos Estados Unidos, com a imprensa burguesa de todo o continente, para difamar o processo eleitoral venezuelano e não aceitar seus resultados imediatamente", afirma o documento.
O comunicado adiciona que nenhum governo tem o direito de interferir nos assuntos internos de outros povos e chama todos os movimentos populares brasileiros, sindicatos, partidos políticos, associações de juízes e promotores a viajar para a Venezuela e acompanhar o processo eleitoral in loco, além de denunciar as ações do governo dos Estados Unidos com seus planos de guerra híbrida.
Leia a íntegra
Solidariedade ao povo da Venezuela e denúncia da campanha internacional contra o processo eleitoral
Diante das polêmicas relacionadas ao processo eleitoral na Venezuela, gostaríamos de manifestar nossa opinião.
1- Desde que Hugo Chávez ganhou as eleições em 1998 até hoje, o governo dos Estados Unidos e seus interesses petrolíferos movem uma guerra sem fim contra o povo da Venezuela.
2- Os EUA decretaram boicote a venda de seu petróleo, sequestraram contas no exterior e roubaram recursos depositados em vários bancos. No último mês, sequestraram até um avião de carga da empresa estatal em Buenos Aires, auxiliado pelo governo Milei. Apesar de ser Boeing, alegou que tinha sido comprado do Irã. Levaram o avião para Miami e o desmontaram com o medo que algum tribunal internacional mandasse devolvê-lo.
3- Os EUA impuseram um presidente fantoche, o senhor Juan Guaidó, que praticou uma série de crimes, além de se apropriar de mais de 50 milhões de dólares, denunciado por seus comparsas. Hoje, ele vive nos EUA protegido pelas autoridades.
4- A Venezuela tem um sistema eleitoral democrático, que usa urnas eletrônicas e que tem também voto impresso para checagem. Realizou mais de 25 eleições nesse período, todas auditadas por autoridades judiciais internacionais, inclusive do Brasil.
5- Nessas eleições, foram eleitos governadores, prefeitos e deputados da oposição ao chavismo, sem que ninguém tenha protestado. A campanha contra urnas eletrônicas tem sido uma prática da extrema-direita em vários países, assim como no Brasil.
6- O poder eleitoral é determinado pelo Tribunal eleitoral da Venezuela, parecido com o nosso TSE. São cinco juízes indicados pela sociedade e partidos políticos. A assembleia nacional vota e escolhe os membros. Do atual conselho, dois membros foram indicados por partidos de oposição.
7- A candidata Maria Corina, representante da extrema-direita, “bolsonarista” e rejeitada por todos os demais partidos de oposição, estava impedida de concorrer há mais de seis meses. Julgada por crimes de corrupção, traição à pátria e tentativas de golpe, patrocinados por ela e seu partido. Foi então declarada inelegível, assim como aconteceu com Bolsonaro no Brasil.
8- Maria Corina manteve a candidatura e, com uma jogada de propaganda, sabendo que estava inelegível, indicou outra pessoa de última hora, a senhora Corina Yoris. Porém, ela não estava registrada em um partido político e, simplesmente, não cumpriu as normas eleitorais. E o conselho eleitoral rejeitou por unanimidade, como com frequência acontece aqui no Brasil.
9- Estão inscritos para concorrer 13 candidatos, sendo 12 de oposição, entre eles um governador de oposição, do estado de Zulia.
10- Há total liberdade de imprensa no país, com diversas televisões e jornais que fazem oposição aberta ao governo, nos quais os opositores falam o que querem.
11- O bloqueio econômico dos Estados Unidos, a impossibilidade de peças de reposição para a indústria petroleira e os limites para as exportações causaram enormes dificuldades econômicas para a população e muitos deles resolveram migrar, se transformando em refugiados econômicos. Isso tem acontecido com povo de todos os países da América Latina, basta olhar para a fronteira do México. No Brasil, milhares de brasileiros deixam o país para tentar a sorte nos Estados Unidos e em Portugal.
12- A Venezuela sofreu duas tentativas de invasão militar por mar e através da Colômbia, que foram debeladas pelas forças públicas, com total apoio do povo.
13- O presidente Maduro sofreu duas tentativas de assassinato, por meio de drones, que também foram evitados e seus autores presos.
14- O povo da Venezuela precisa que haja justiça internacional para devolver os bens sequestrados no exterior, como todas as suas reservas em ouro sequestradas pela Inglaterra.
15- Os venezuelanos precisam também que cesse o bloqueio econômico e que possam usar seu principal patrimônio, o petróleo, para recuperar o desenvolvimento do país.
16- O que está em curso é uma campanha difamatória articulada pelos interesses econômicos dos Estados Unidos, com a imprensa burguesa de todo o continente para atacar o processo eleitoral venezuelano e desacreditar os resultados.
17- Recomendamos os movimentos populares, as centrais sindicais, os partidos políticos, as associações de juízes e do Ministério Público brasileiros a viajarem para a Venezuela para acompanhar in loco o processo eleitoral.
18- Os movimentos populares e a esquerda brasileira são solidários com o povo venezuelano e denunciam as ações do governo americano e seus tentáculos, insertos nos planos de guerra híbridos, em curso há tantos anos.
19- Conclamamos a que todos sejamos igualmente solidários com os pobres dos Estados Unidos, com o povo do Haiti, Palestina, Cuba, Porto Rico e dos países do SAHEL africano, que estão enfrentando os mesmos interesses do Império americano e de seus aliados europeus, como o império Francês, que está sendo expulso da África depois de ter roubado tantas riquezas naturais.
20 - Há 25 anos, o povo venezuelano vem sofrendo as consequências da guerra híbrida imposta pelo governo dos Estados Unidos e suas petroleiras. Apesar dos prejuízos e das dificuldades, sempre venceu e vencerá novamente.
Brasil, abril de 2024
Adesão de movimentos populares e partidos
Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil - CONTRAF-Brasil
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil- CTB
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz - CEBRAPAZ
Central de Movimentos Populares-CMP
Centro de estudos de religiões de matriz africana-CENARAB
Coordenação nacional de comunidades Quilombolas-CONAQ
Conselho Pastoral dos/as Pescadores/as- CPP
Frente Evangélica pelo Estado de Direito
Levante Popular da Juventude – LPJ
Marcha Mundial de Mulheres- MMM
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra- MST
Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP
Movimento Brasil Popular – MBP
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
Movimentos dos Atingidos por Barragem – MAB
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimento dos Trabalhadores Desempregados- MTD
Movimento pela Soberania Popular na Mineração - MAM
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo – MTC
Partido Comunista do Brasil-PCdoB
Rede de Médicos e Médicas Populares- RMMP
União da Juventude Socialista-UJS
Adesão de personalidades e representantes da sociedade brasileira
Acilino Ribeiro – dirigente do PSB
Ariovaldo santos, pastor evangélico
Beto Almeida, jornalista
Breno Altman, jornalista
Celia Gonçalves, makota do povo de terreiro.
Cesar Silva Fonseca, jornalista
David Stival, ex-presidente do PT-RS, professor universitário
Eduardo Moreira, empresário e comunicador
Frei Sérgio Gorgen, frade franciscano
Georgina de Queiroz, professora
Guilherme Estrela , geólogo da Petrobras
João Pedro Stedile, ativista da reforma agrária.
José Reinaldo Carvalho, jornalista, presidente do Cebrapaz
Júlio Flávio Gameiro Miragaya, economista
Leila Jinkings, jornalista
Luis Sabanay, pastor presbiterano
Marcelo Barros, monge Beneditino
Maria luiza Busse, jornalista da ABI
Mario Vitor santos, jornalista
Monica Buckmann, professora universitaria
Ney Stronzake – Advogado
Nilza Valeria, jornalista
Oswaldo Maneschy , Jornalista
Paulo Miranda, Diretor da TV Comunitária de Brasília
Pedro Augusto Pinho, ex-presidente da AEPET e do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra
Roberto Requião, ex-governador , e ex-senador do Parana
Rosana Fernandes , da CPP da Escola nacional florestan Fernandes
Rui Portanova, desembargador aposentado do TJ-RS
Sandra de Barreto, socióloga
Socorro Gomes, ex-deputada federal pelo PcdoB e diretora de relações internacionais do Cebrapaz
Valter Pomar, membro do Diretório Nacional do PT
Parlamentares
1. Airton Faleiro, deputado federal-Para
2. Dilson Marcon, deputado federal do PT-RS
3. João Daniel, deputado federal-sergipe
4. Marina do MST, deputada estadual do PT-RJ
5. Messias, deputado estadual do PT-Ceará
6. Nilto Tatto, deputado federal do PT de são paulo
7. Orlando Silva, deputado federal, Pcdob- são paulo
8. Rosa amorim, deputada estadual do pt-Pernambuco
9.Valmir assunção, deputado federal do PT-Bahia
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Chefe do Comando Sul dos EUA realiza visita à Argentina
A general Laura Richardson expressou o compromisso da Casa Branca em colaborar de perto com a Argentina
A comandante do Comando Sul dos Estados Unidos (Southcom), a general do Exército Laura Richardson, chegou na noite de terça-feira a Buenos Aires, a capital argentina, para uma visita oficial de três dias.
"Os laços entre nossas respectivas Forças Armadas estão solidamente estabelecidos, refletindo a profunda relação entre nossos países", expressou Richardson em declarações oficiais após sua chegada.
Além disso, ela manifestou o compromisso da Casa Branca em colaborar estreitamente com a Argentina para que os esforços conjuntos em segurança resultem em benefícios duradouros e positivos para os cidadãos, nações e o hemisfério.
De acordo com o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, Richardson se reunirá com o chefe de gabinete, Nicolás Posse, e o ministro da Defesa, Luis Petri, em nome do governo, além dos chefes do Estado Maior Conjunto.
Além disso, ele afirmou que esta visita ocorre no contexto "das excelentes relações que a Argentina está tendo com os Estados Unidos" com a chegada do governo de Milei.
Por sua vez, o embaixador dos Estados Unidos na Argentina, Marc Stanley, através de sua conta na rede social X, deu as boas-vindas a Richardson "em sua terceira visita" ao país sul-americano, uma viagem que "celebra a parceria na defesa" entre os dois países " e explora maneiras de aprofundar a cooperação em defesa" no hemisfério ocidental.
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