'Não configura democracia', diz Marina Silva sobre Maduro na Venezuela
Ministra afirmou que o governo Lula "está correto em buscar as cautelas necessárias" ao cobrar as atas de votação das eleições na Venezuela
247 - Em entrevista concedida nesta quarta-feira (31) ao jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, expressou dúvidas sobre a legitimidade do governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Silva afirmou que o país não pode ser considerado uma democracia e enfatizou a necessidade de transparência nas recentes eleições presidenciais.
A comunidade internacional tem contestado a reeleição de Maduro, ocorrida no último domingo (28). Há uma crescente pressão para que sejam apresentadas as atas de votação, e a oposição acusa fraudes no processo eleitoral, alegando que o verdadeiro vencedor foi Edmundo Gonzalez.
Durante a entrevista, Marina Silva foi questionada sobre Maduro e declarou: “na minha opinião pessoal, eu não falo pelo governo, não se configura como uma democracia. Muito pelo contrário. O Brasil está muito correto quando diz que quer ver o resultado eleitoral, os mapas, todas as comprovações de que de fato houve ali uma decisão soberana do povo venezuelano".
A ministra destacou que um regime democrático deve garantir eleições livres, sistemas transparentes e a ausência de perseguição política. Ela sublinhou que todos os segmentos da sociedade devem ter a oportunidade legítima de chegar ao poder sem sofrer constrangimentos ou impedimentos.
Marina também elogiou o posicionamento do Itamaraty, que na segunda-feira (29) declarou ser "indispensável" a apresentação das atas eleitorais para assegurar a transparência, credibilidade e legitimidade dos resultados das eleições. “Quando se trata de política externa, o governo está correto em buscar as cautelas necessárias. Mas a cobrança foi veemente. O fato de fazer essa cobrança é uma forma de colaborar com o fortalecimento da democracia no nosso continente, e de que a gente não tenha nenhum tipo de atitude que venha extrapolar esse princípio. Eu sempre trato a democracia, os direitos humanos, como um valor. E valores não podem ser relativizados”, afirmou a ministra.
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