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    "Posições de Boric estão causando ruído na esquerda latino-americana mais antiga", diz professora chilena

    Presidente chileno foi caracterizado como apressado pelo homólogo brasileiro após declarações condenatórias à Rússia pela guerra em curso na Ucrânia

    Gabriel Boric (Foto: Reuters)

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    247 - Paulina Astroza, professora de Direito Internacional e Relações Internacionais da Universidade de Concepción, afirmou que o presidente do Chile, Gabriel Boric, virou uma "pedra no sapato" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros líderes da esquerda latino-americana que ela considerou "mais antiga, e em alguns casos mais radical". Ela se refere às críticas contundentes de Boric à guerra na Ucrânia, enquanto o Brasil adota um discurso neutro. 

    "O interessante é que, ao comentar o que Boric disse, Lula fala sobre a juventude do chileno, sua suposta falta de experiência. Ou seja, o presidente do Brasil não questiona o conteúdo da fala de Boric, ataca suas características pessoais. Isso demonstra, a meu ver, que as posições de Boric estão causando ruído na esquerda latino-americana mais antiga, incomodam líderes como Lula, que gostariam que Boric tivesse aderido a suas posições, e não optado por um caminho próprio", disse ela, ao jornal O Globo. 

    ENTENDA - O presidente do Chile, Gabriel Boric, se manifestou nesta quarta-feira (19) após receber críticas do homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, por seu posicionamento radicalmente contrário à ação militar da Rússia na Ucrânia, manifestado durante a III Cúpula Celac-UE, em Bruxelas, Bélgica. 

    Na ocasião, Boric atribuiu a ação militar de Moscou ao que chamou de 'imperialismo' russo, atraindo críticas de Lula, que considerou que Boric é um líder inexperiente e apressado. Apesar das duras críticas, Boric não se mostrou abalado e até elogiou Lula. >>> Boric exorta os líderes latino-americanos a condenar a Rússia por "guerra imperial inaceitável"

    Ao chegar em Paris, França, Boric declarou ter "respeito infinito e carinho por Lula". "Não me sinto ofendido, me sinto tranquilo por ter oportunidade de conversar com ele", afirmou, conforme citado pelo portal UOL

    Ele pontuou que a guerra na Ucrânia "afeta diretamente" o Chile, resultando em aumento de preços de alimentos e fertilizantes. Também mencionou que a posição de Santiago é pelo respeito e defesa do direito internacional, limite que "nenhuma potência pode ultrapassar".

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