Petro intensifica ações militares para retomar território do ELN
Colômbia pediu o apoio da Venezuela para conter a escalada da violência guerrilheira em região fronteiriça
247 - As forças armadas da Colômbia lançaram na sexta-feira (24) uma operação para tomar o território da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN), responsável por uma onda de violência no nordeste do país.
Mais de 9 mil soldados estão mobilizados para deter os ataques do ELN à população civil e os relatos de combates aumentam. Na última semana, os militares haviam se concentrado em resgatar de helicóptero os moradores de áreas críticas.
“Já houve um primeiro combate do Exército contra efetivos do ELN. A ordem é tomar o território”, disse o ministro da Defesa, Iván Velásquez, na cidade fronteiriça de Cúcuta, conforme noticiado pela agência AFP.
O ELN enfrenta dissidentes da extinta guerrilha Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), agrupados na Frente 33. As duas organizações disputam o narcotráfico e a mineração de carvão na região de Catatumbo.
A violência do ELN nos ataques de 16 de janeiro deixou mais de 80 mortos, pelo menos 36 mil deslocados e milhares confinados. Entre os mortos há um bebê, dois menores de idade, dissidentes e signatários do acordo de paz de 2016. Ainda há cinco pessoas desaparecidas, segundo a AFP.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, sugeriu neste sábado (25) à Venezuela uma colaboração no enfrentamento ao ELN. Petro reagiu a um comunicado do ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, que expressou vontade de “colaborar” com o país vizinho para “consolidar a paz”. “Basta apenas irmos juntos para a prática”, publicou Petro, na plataforma X.
De acordo com a inteligência militar colombiana, há indícios de que alguns membros do ELN possam estar operando a partir da Venezuela. No entanto, o governo venezuelano nega categoricamente qualquer tipo de permissão ou tolerância para a mobilização do grupo em seu território.
Um total de 104 dissidentes das Farc entregou suas armas ao Exército, anunciou um comando militar neste sábado. Petro suspendeu as negociações de paz com o ELN após os ataques de 16 de janeiro.
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