TV 247 logo
    HOME > América Latina

    Venezuela retoma voos de deportados dos EUA em meio a novas sanções de Trump

    Decisão ocorre após suspensão da licença da Chevron e pressão sobre Maduro para acelerar repatriações

    Richard Grenell na Cidade do México 24/8/2024 (Foto: REUTERS/Toya Sarno Jordan)
    Luis Mauro Filho avatar
    Conteúdo postado por:

     247 - O governo da Venezuela aceitou retomar os voos de deportados vindos dos Estados Unidos, informou o diplomata norte-americano Richard Grenell em uma postagem na rede X nesta quinta-feira (13).  A informação foi divulgada inicialmente pela Reuters.

    Segundo Grenell, os voos serão retomados já nesta sexta-feira (14). O Ministério das Comunicações da Venezuela não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário sobre a medida.

    A decisão marca uma nova fase nas relações entre Washington e Caracas, abaladas desde a volta de Donald Trump à Casa Branca e a recente revogação da licença da petroleira Chevron para operar no país sul-americano.

    A repatriação de imigrantes venezuelanos havia sido interrompida em fevereiro, após a administração Trump endurecer a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, exigindo maior celeridade na aceitação de deportados. Em retaliação, o republicano suspendeu a permissão de operação da Chevron na Venezuela, afetando um dos poucos laços econômicos entre os dois países.

    Pressão política e impacto econômico

    A crise migratória se tornou um dos pontos centrais da política dos EUA desde a posse de Trump, que prometeu deportações em massa de imigrantes indocumentados. Os venezuelanos estão entre os principais grupos que cruzam a fronteira com o México em busca de asilo e melhores condições de vida. Em fevereiro, três voos levaram 366 deportados dos EUA à Venezuela, enquanto um quarto voo trouxe 242 imigrantes que haviam sido barrados no México.

    Na quarta-feira (12), Maduro se pronunciou publicamente sobre a decisão de Washington de revogar a licença da Chevron, criticando a sanção imposta por Trump. "O imperialismo tomou decisões e deu um tiro no próprio pé ao sancionar uma empresa estadunidense que trabalha há 100 anos aqui", afirmou o presidente venezuelano durante evento em Caracas. Apesar das críticas, ele demonstrou disposição para dialogar com os EUA sobre as repatriações e outras questões pendentes entre os dois governos.

    Maduro busca reaproximação

    O líder venezuelano também apontou que as sanções de Trump atingiram o funcionamento da Conviasa, estatal responsável pelo transporte dos deportados. "É triste que haja perseguição contra esses seres humanos que foram buscar um futuro econômico melhor", declarou.

    Maduro ainda indicou que não descarta retomar contatos diplomáticos com a administração Trump, após a visita do enviado norte-americano Richard Grenell a Caracas em janeiro. Na ocasião, um grupo de norte-americanos detidos na Venezuela foi libertado como gesto de boa vontade. "Estamos prontos para discutir todos os temas pendentes", afirmou o venezuelano.

    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

    Relacionados