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    Ricardo Kotscho

    Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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    A casa caiu: Lava Jato de Moro detonou Judiciário, mídia e a democracia

    "Caíram todas as máscaras. O ilusionista juiz de primeira instância de Curitiba, comprovou-se agora, trapaceou a mídia amiga o tempo todo e desmoralizou o Judiciário", avalia Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia; "E o Brasil vai aos poucos caindo na real"

    Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia 

    “O povo vai dizer se estamos certos ou não” (Jair Bolsonaro, presidente da República).

    ***

    Aha!, uhu!, comentaria o serviçal Dallagnol: quer dizer que só agora o povo vai poder decidir o que é certo?

    Neste 5 de julho de 2019, dia em que desabou a casa mal assombrada da Lava Jato e do Golpe de 2016, construída com esmero pela grande mídia ao longo dos últimos cinco anos, eles resolveram virar democratas desde criancinhas.

    Por que não deixaram o povo votar livremente em 2018, para decidir entre Lula e Bolsonaro, quando o ex-presidente tinha o dobro do capitão nas pesquisas de intenções de votos?

    Para impedir a volta do PT ao poder, e abrir caminho para o boçalnarismo rude e ignaro, o ex-juiz Sergio Moro, agora ministro, se aliou e assumiu o comando da força-tarefa da Lava Jato, então chefiada pelo procurador Deltan Dallagnol, um tipo que se revelou sabujo e desprezível.

    Agora, os dois são esculachados pelos principais jornais do mundo e a imprensa brasileira não tem mais como esconder a grande farsa da Lava Jato, que deixou um rastro de milhões de desempregados e empresas quebradas.

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    “Vazamentos revelam um juiz imoral”, resumiu o New York Times, ao dar a notícia que rodou o planeta, e só entrou no portal de O Globo ao meio dia, escondida numa notinha envergonhada.

    No mesmo horário, Merval Pereira e Carlos Alberto Sardemberg, dois porta-vozes da Globo, cortavam um dobrado e gaguejavam na CBN, tentando ainda salvar a cara de Moro & Dellagnol, já sem argumentos para explicar o injustificável: crimes em série, um verdadeiro passeio de imoralidades pelo Código de Processo Penal e pelo Código da Magistratura.

    Moro não só orientou a investigação do MPF, como pediu inclusão de provas e sugeriu a mudança de datas de operações.

    Mais grave: omitiu informações solicitadas pelo ministro do STF Teori Zavascki, morto num acidente aéreo em 2017, para manter um inquérito na 13ª Vara Federal, em Curitiba.

    Isso só foi possível com a complacência do Supremo Tribunal Federal e a colaboração da mídia amiga nos vazamentos para condenar o PT.

    Para o capitão Bolsonaro, que não tem a menor ideia do cargo que exerce, muito menos dos códigos que regem o trabalho de juízes e promotores, as instituições simplesmente não existem.

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    Basta levar Moro para ser aplaudido no Maracanã, erguer a taça, zerar o jogo, passar o pano e seguir cantando alegremente, atropelando as leis no mundo de fantasia em que vivem.

    Já não dá para dizer que é tudo coisa de “petralhas comunistas” porque quem fez as revelações mais graves até agora foi a Veja, em parceria com o The Intercept, um site americano.

    É a mesma revista Veja que se aliou à Globo este tempo todo para desmontar Lula e o PT, e transformar Moro em “herói nacional” do combate à corrupção.

    Na volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar, a maracutaia que há tempos se denunciava agora ficou nua à luz do dia, com seus personagens caricatos fazendo arminha com as mãos e gritando “Mito!”, reclamando agora de “vazamentos criminosos”.

    Caíram todas as máscaras. O ilusionista juiz de primeira instância de Curitiba, comprovou-se agora, trapaceou a mídia amiga o tempo todo e desmoralizou o Judiciário.

    E o Brasil vai aos poucos caindo na real, ao ver dia a dia o país ser destruído por um bando de mentecaptos, que só não rasgam dinheiro, e sabem muito bem a quem estão servindo.

    Vida que segue.

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    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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