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    Guillermo Gomez

    Guillermo Gomez é jornalista

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    A direita pela Porta dos Fundos

    Agora, os reacionários querem a Ciro, porque ele crítica Lula. Também Ciro fala rápido e com muitos adjetivos, por muito tempo a direita não teve um marido que falasse com essa velocidade

    A meritocracia em um sistema capitalista é algo muito relativa, porque a excelência geralmente vende menos do que o prosaico e o medíocre.

    Audácia individual, a tendência de vender-se ao sistema por dinheiro é muitas vezes mais tentadora do que a honestidade intelectual.

    Como exemplo: Gregório Duvivier fez um vídeo sobre a Venezuela como bobo da corte, em nenhum momento o baixinho branco apontou a situação geopolítica daquele país, nem os numerosos ataques terroristas que o governo sofre por ataques dos Estados Unidos, essa desonestidade intelectual só pode ser financiada por um grande banco ou pela HBO estadunidense.

    Muitas pessoas costumam olhar a realidade a partir da janela de seu complexo de inferioridade, por isso não podem interpretar seu contexto.

    Na grande urbe, o sucesso financeiro é determinado por carros de luxo, diplomas universitários e apartamentos em condomínios espelhados.

    Além disso, muitas pessoas acreditam que fazem parte da classe pensante ou alta porque tem dinheiro, e depois passaram a creditar em vulgaridades, que Olavo de Carvalho é um grande escritor ou que o fofoqueiro de Ghiraldelli é um filósofo.

    Para sobreviver na mídia do Brasil, é preciso ser um bom surfista, ou seja, é preciso surfar na visão hegemônica da direita, se surfa sim severidade intelectual para não ser marginalizado ou expulsado do sistema.

    Essa visão política migra constantemente de atitude, porque o setor financeiro muda de candidato, a autoridade dos empréstimos é "o cupido" da classe média, os jornalistas dos grandes bancos fazem com que essa classe se apaixone pelo personagem de plantão, aquele que defenderá os interesses do baronato.

    É por isso que os liberais da meritocracia têm o casamento sem romance e o divórcio repentino como suas principais atitudes.

    Eles já amavam Collor porque ele era um bonito Playboy, mas ele tocou nas poupanças e eles ficaram decepcionados.

    Eles já gostavam de Cardoso, mas a privatização do patrimônio nacional não os levou ao paraíso terrestre, foi apenas o suficiente para que o chefe comprara um apartamento em Paris.

    Eles já acreditavam em Aécio Neves, porque Aécio era um playboy do Leblon, mas ele estava bem-disposto para pedir dinheiro no obscuro e eles ficaram decepcionados.

    Eles já gostaram do mito, porque era uma quimera que amava a Trump, ou seja, ele não era nada, e as pessoas ficaram encantadas por não serem nada.

    Mas as laranjas da mitologia carioca apareceram e foram desencorajados.

    Agora, os reacionários querem a Ciro, porque ele crítica Lula. Também Ciro fala rápido e com muitos adjetivos, por muito tempo a direita não teve um marido que falasse com essa velocidade.

    O grande desafio para o Brasil agora é mudar para a direita bruta e tosca, aquela que não sabe conversar, para a direita perfumada abarrotada de linguagem.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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