A guerra não terminou, mas Bolsonaro sofreu uma derrota decisiva
"As mobilizações de sábado mostraram que a população conserva um elemento fundamental da luta política: a confiança em suas forças para derrotar um governo de destruição nacional", escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia
Havia um elemento fundamental em jogo nos protestos deste sábado – a autoconfiança da população brasileira para seguir na luta contra o flagelo Bolsonaro.
No plano das instituições que oxigenam a democracia, Bolsonaro tem sofrido derrotas agudas e frequentes – como se vê na CPI e nas decisões recentes do STF. Como se vê pelos grandes grupos de mídia, há muito o grande capital abandonou o alinhamento automático, de olhos fechados.
Embora não tenha sido capaz de encarar e resolver um caso grave de indisciplina, a hierarquia militar não esconde o mal-estar pelo palanque de Pazuello.
No plano internacional, o bolsonarismo tornou-se um caso de anedota: sua diplomacia conseguiu brigar com Washington e Pequim ao mesmo tempo.
Mas resta – e sempre restará – a rua e os maléficos efeitos da pandemia, recurso de um governo que perdeu o interesse em oferecer respostas coerentes ao sofrimento de brasileiras e brasileiros, contando com a Covid-19 para seguir num programa de genocídio infeccioso, para manter a população silenciosa e domesticada, como se fosse incapaz de resistir e lutar por seus direitos, enquanto o patrimônio do país é entregue de baciada e a oitava economia mundial vira colônia.
Essa foi a batalha de sábado, 29 de maio de 2021. Num autêntico movimento de baixo para cima, como só acontece em ocasiões de grandes mudanças, o povo brasileiro impôs uma derrota profunda a um governo de destruição nacional.
O dia terminou com a prova de que está cada vez mais difícil para o Planalto encontrar quem seja capaz de lhe prestar socorro efetivo.
O Brasil disse ontem: "Fora Bolsonaro". Este é o rumo.
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* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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