A projeção do coach é triunfo da indigência e sintoma de um Brasil em agonia
O colunista Tiago Barbosa avalia que Pablo marçal representa "a supremacia da tolice embutida no 'só depende de você' para mascarar problemas sistêmicos"
A projeção de um coach condenado nas pesquisas eleitorais reflete o adoecimento de um país envenenado pelo pacto do fascismo com a mídia e as big techs. De um Brasil molestado pelo mercado a idolatrar algozes e repelir a própria sobrevivência. Essa aliança retroalimenta a alienação perversa de falsa despolitização com culto ideológico do ódio à esquerda e do (pseudo) enriquecimento fácil. Cada vértice opera para criar uma ilusão social de solução através do individualismo messiânico - o núcleo da armação desse coachismo forjado no vazio. É a supremacia da tolice embutida no “só depende de você” para mascarar problemas sistêmicos, impedir a consciência crítica e culpar o cidadão por males impostos à coletividade. A mídia massifica como populistas e criminaliza políticas benéficas ao todo enquanto normaliza a violência extremista. As big techs priorizam narrativas destrutivas para robotizar mentes em favor da monetização alienante. E o neofascismo alicia fanáticos com charlatanismo para fazer da farsa do êxito o sonho possível - mas sempre intocável. O chorume desse ecossistema é a manutenção de privilégios de um clube seleto sob a anuência cega da legião de excluídos e enganados. Essa pregação contra a inteligência e a coletividade atirou o país na vala da brutalidade voluntária ocupada por zumbis de uma esperteza irreal. Não importam a prática de crimes, atos imorais, antiéticos, mentiras, violência, promessas delirantes - o sopro da selvageria aniquilou o bom senso no aliciamento da idiotice. Veneram o "sucesso" de um sujeito considerado criminoso ao custo da própria vida, da rede de amparo pública cuja destruição é inerente à ação do ídolo. A ascensão do coach é sinal de triunfo da indigência - o suicídio de um Brasil em agonia.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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