A urgência de resistir ao fascismo
"'O candidato da mudança sou eu', lembra Guilherme Boulos. Ele tem razão", escreve Paulo Moreira Leite
"O candidato da mudança sou eu", lembra Guilherme Boulos. Ele tem razão.
“70% da cidade de São Paulo, incluindo os eleitores do Marçal, votaram pela mudança. Agora essa é uma nova eleição. No segundo turno tem dois caminhos. […]".
“Se você que está assistindo acha que São Paulo está uma cidade segura, se você se sente seguro andando com seu celular, você concorda com o meu adversário. Quem sabe que São Paulo pode mais, merece mais, está comigo e com a Marta. É isso que está em jogo nesse segundo turno”, acrescentou.
Com base nos números apurados no primeiro turno da eleição paulistana, quando uma maioria de eleitores e eleitoras recusou um segundo mandato ao prefeito de plantão, a derrota de Ricardo Nunes no segundo turno depende de um movimento amplo e definitivo.
Num pleito no qual graves denuncias de irregularidades e fraudes aguardam uma investigação séria, o atual prefeito não foi capaz de esconder fraquezas e dificuldades para ludibriar paulistanas e paulistanos.
Conseguiu uma vantagem de apenas 25.012 votos sobre o segundo colocado, fatia irrisória numa cidade com 9,3 milhões de eleitores.
A história da eleição de 2024 cobrará de todo cidadão e toda cidadã a obrigação de fazer sua parte para impedir a consumação de uma tragédia política comparável às maiores catástrofes do passado, processos destrutivos de longa duração que deixam dores e traumas para sempre.
Nestas eleições municipais, que ocorrem num momento de visível enfraquecimento da ordem democrática no país e no conjunto da América do Sul, o destino nacional se encontra diante de dias decisivos, que podem afetar o destino de várias gerações.
Derrotada por Lula no plano nacional, a extrema direita ataca no plano municipal. Vencida na disputa de cima para baixo -- a eleição presidencial --, faz o movimento de baixo para cima, a partir do pleito municipal. Pelo seu cálculo, pode dar no mesmo. A resposta social dirá quem tem razão.
Ponta de lança de um esforço de submissão e recolonização do país, o bolsonarismo de Nunes & Cia representa o mesmo retrocesso em toda linha.
Seu projeto vem embalado a caráter, mas o conteúdo é conhecido: beneficiar ricos e muito ricos, aliados submissos de sombrios regimes truculentos em expansão nesta difícil etapa da evolução humana, quando a ambição imperialista tenta destruir a soberania e o progresso dos povos em várias partes do mundo (basta ler os jornais).
É hora de conversar, compreender e reagir, organizando a resistência contra uma ameaça que pretende destruir avanços e conquistas do passado como primeiro passo para bloquear toda mudança positiva no futuro.
A esperança que sempre moveu os povos, mesmo nos tempos mais difíceis, não acabou nem vai morrer.
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