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    Paulo Moreira Leite

    Colunista e comentarista na TV 247

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    A urgência de resistir ao fascismo

    "'O candidato da mudança sou eu', lembra Guilherme Boulos. Ele tem razão", escreve Paulo Moreira Leite

    Guilherme Boulos (Foto: Reuters/Maira Erlich)

    "O candidato da mudança sou eu", lembra Guilherme Boulos. Ele tem razão.

    “70% da cidade de São Paulo, incluindo os eleitores do Marçal, votaram pela mudança. Agora essa é uma nova eleição. No segundo turno tem dois caminhos. […]".

    “Se você que está assistindo acha que São Paulo está uma cidade segura, se você se sente seguro andando com seu celular, você concorda com o meu adversário. Quem sabe que São Paulo pode mais, merece mais, está comigo e com a Marta. É isso que está em jogo nesse segundo turno”, acrescentou.

    Com base nos números apurados no primeiro turno da eleição paulistana, quando uma maioria de eleitores e eleitoras recusou um segundo mandato ao prefeito de plantão, a derrota de Ricardo Nunes no segundo turno depende de um movimento amplo e definitivo.

    Num pleito no qual graves denuncias de irregularidades e fraudes aguardam uma investigação séria, o atual prefeito não foi capaz de esconder fraquezas e dificuldades para ludibriar paulistanas e paulistanos.

    Conseguiu uma vantagem de apenas 25.012 votos sobre o segundo colocado, fatia irrisória numa cidade com 9,3 milhões de eleitores.

    A história da eleição de 2024 cobrará de todo cidadão e toda cidadã a obrigação de fazer sua parte para impedir a consumação de uma tragédia política comparável às maiores catástrofes do passado, processos destrutivos de longa duração que deixam dores e traumas para sempre.

    Nestas eleições municipais, que ocorrem num momento de visível enfraquecimento da ordem democrática no país e no conjunto da América do Sul, o destino nacional se encontra diante de dias decisivos, que podem afetar o destino de várias gerações.

    Derrotada por Lula no plano nacional, a extrema direita ataca no plano municipal. Vencida na disputa de cima para baixo -- a eleição presidencial --, faz o movimento de baixo para cima, a partir do pleito municipal. Pelo seu cálculo, pode dar no mesmo. A resposta social dirá quem tem razão.

    Ponta de lança de um esforço de submissão e recolonização do país, o bolsonarismo de Nunes & Cia representa o mesmo retrocesso em toda linha.

    Seu projeto vem embalado a caráter, mas o conteúdo é conhecido: beneficiar ricos e muito ricos, aliados submissos de sombrios regimes truculentos em expansão nesta difícil etapa da evolução humana, quando a ambição imperialista tenta destruir a soberania e o progresso dos povos em várias partes do mundo (basta ler os jornais).

    É hora de conversar, compreender e reagir, organizando a resistência contra uma ameaça que pretende destruir avanços e conquistas do passado como primeiro passo para bloquear toda mudança positiva no futuro.

    A esperança que sempre moveu os povos, mesmo nos tempos mais difíceis, não acabou nem vai morrer.

    Alguma dúvida?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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