Acerca da concentração de renda/riqueza
O salário é um sério instrumento de distribuição de renda/riqueza. É fundamental uma política de valorização, inclusive mais forte, dos salários em geral
Em artigo anterior, denominado “Concentração de Renda e Desigualdade Social”, ressaltamos, com base no Relatório da Oxfam e na pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), a enorme concentração de renda e a consequente pauperização social que afligem o mundo e, em particular, o Brasil.
Em outras palavras, os ricos estão ficando cada vez mais ricos e a população, em geral, empobrecendo. A concentração de renda/riqueza está diretamente relacionada com a propriedade privada dos meios de produção. Concentração de renda/riqueza e pauperização social são expressões dela.
Atualmente, a predominância de um capitalismo selvagem – com forte poder de destruição do meio ambiente, com a intensa exploração do trabalho e com ataques aos pilares da sociedade liberal – tem agravado ainda mais a situação, com os expoentes da extrema direita ventilando negacionismos e mentiras a favor de mais concentração de renda/riqueza e pauperização social.
Não é a toa que os bilionários do mundo, e do Brasil, alinham-se a esse movimento extremado e radical e se esforçam em capturar o Estado para viabilizar mais destruição do meio ambiente, mais exploração do trabalho e mais decisões autoritárias (Ditaduras). Não escondem isso de ninguém, inclusive! É por intermédio do Estado que esses personagens querem implantar o neoliberalismo radical (com um programa que beira ao irracionalismo). Detentores/Financiadores das mídias corporativas, empenham-se em formular discursos a partir dos seus interesses materiais e políticos mais imediatos e particulares, mas vendidos como se fossem de interesse geral da população.
E não estão apenas na mídia corporativa, mas também em instituições que foram criadas para defender e difundir os seus interesses, tal qual a (In)Transparência Internacional e o seu relatório “metodologicamente frágil” (para não falar ideológico) sobre o índice de percepção da corrupção em 2023.
Não obstante, se pegarmos um jornal da mídia corporativa, no caso O Globo, percebemos como esta imprensa defende os interesses dos bilionários a tal ponto que não se sente constrangida em atacar o processo de reajuste do salário mínimo acima da inflação, com ganhos reais para o trabalhador. Em editorial, publicado no dia 26 de agosto de 2023, O Globo atacou a política de aumentos reais do salário mínimo sob o pretexto de “equilíbrio fiscal”, porém não fala nada acerca dos altíssimos juros da dívida pública nacional paga aos banqueiros, por que será hein?!
O salário é um sério instrumento de distribuição de renda/riqueza. É fundamental uma política de valorização, inclusive mais forte, dos salários em geral.
Para se ter uma ideia, segundo o DIEESE (2023), o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.439,62 reais. Estamos muito longe disso. E mesmo o salário mínimo passando de R$ 1.320,00 reais para R$ 1.412,00 reais, temos aí um ataque a esse aumento real pela mídia corporativa.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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