Adeus, GloboNews
Hoje meu artigo está mais para um depoimento pessoal, embora não fuja do contexto político
Hoje meu artigo está mais para um depoimento pessoal, embora não fuja do contexto político. Quero compartilhar a minha satisfação e leveza de espírito ao completar oito dias sem sintonizar o canal de notícias 24 horas GloboNews.
Entendo perfeitamente, pois até semana passada fazia o mesmo, os motivos que levam o pessoal do campo progressista a acompanhar o noticiário e os comentaristas da emissora.
Movida pelo vivo interesse pela política, ou pela estratégia de tomar conhecimento das posições da Globo para melhor combatê-las, muita gente de esquerda acessa diariamente a programação da GloboNews.
Seria chover no molhado detalhar a longa trajetória do jornalismo global contra os melhores interesses do Brasil e dos brasileiros. Igualmente é desnecessário aprofundar aqui o papel das Organizações Globo como porta-voz do rentismo, dos parasitas do mercado financeiro.
Os anais da história também já registraram que a Globo esteve na linha de frente do apoio à ditadura militar e aplaudiu os golpes de 1964 e 2016. Este fardo a empresa dos Marinho há de carregar para todo o sempre.
O meu ponto é a que estágio chegou a manipulação grosseira e a má-fé da linha editorial quando o assunto é o governo Lula 3.
Embora seja um concessão pública, já que o espaço eletromagnético que ocupa pertence ao povo brasileiro, vá lá que a emissora mantenha sua coerência e combata todo e qualquer governo com compromisso popular, como tem feito até agora.
Mas a gota d'água para mim foi o linchamento sofrido pelo presidente Lula depois de sua afirmação de que Gleisi Hoffmann é uma mulher bonita. Uma coisa é criticar a fala infeliz e de viés machista de Lula. Outra bem diferente e abjeta é insinuar e até afirmar que Lula estava oferecendo o corpo de sua ministra aos congressistas. Doeu ver os poucos profissionais que destoavam do padrão 100% reacionário reinante na Globo interpretando o discurso do presidente de forma tão calhorda.
Vamos lembrar que nenhum destaque mereceu dos indignados profissionais a declaração repugnante de Bolsonaro de poucos dias antes, segundo a qual "as mulheres petistas são feias e incomíveis."
Também não se observou qualquer consideração à história democrática de Lula, que como lembrou a ministra Gleisi, indicou a primeira mulher que presidiu o Brasil, apoiou pela primeira vez uma mulher na presidência do PT, nomeia mulheres para vários tribunais e construiu sua carreira política combatendo ao lado de inúmeras mulheres.
Querer pintar Lula com as tintas mais fortes da misoginia e do desrespeito às mulheres, como fizeram jornalistas mulheres e homens da GloboNews e de outros veículos da imprensa comercial, revela um vale tudo rasteiro e oportunista para atacar Lula e desgastar seu governo.
Parei com com todas eles e com todas elas. Sei que sou uma agulha no palheiro, mas, por imposição de consciência, a minha audiência não terão mais. De quebra, zelo pela saúde mental.
Estão enganados os que pensam que deixar de assistir a GloboNews significa alguma perda em termos de se manter bem informado. Informação, para mim, por dever de ofício, é matéria-prima e o que não faltam são sites de notícias e outros veículos fora da órbita global.
No mais, já são oito dias de detox, livre de comentários contaminados pelo cinismo e pala distorção descarada dos fatos.
Bons livros, filmes, séries e futebol tornam a vida bem melhor.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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