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Leopoldo Vieira

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Alckmim acena para uma esquerda imaginária

Caso Alckmin chegue ao segundo turno contra Bolsonaro, num cenário sem Lula, o que é pouco provável que haja duas candidaturas de direita, o voto no quanto pior melhor da esquerda poderia prevalecer, sobretudo se os "acenos à esquerda" forem deste naipe do "Gente em primeiro lugar"

Alckmin durante reunião de governadores no Palácio do Planalto 22/11/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Leopoldo Vieira)

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O PSDB fechou questão em eleger Geraldo Alckmin presidente do partido como ponte para a presidência da República. O programa para tal, o documento "Gente em primeiro lugar: o Brasil que queremos", da lavra do Instituto Teotônio Vilela, foi divulgado como "liberal com aceno à esquerda".

Ocorre que a "esquerda" destinatária do aceno tem um dramático aspecto imaginário.

De um lado, a plataforma reproduz antigos corolários das candidaturas tucanas derrotadas em todas as eleições presidenciais desde 2002 e cuja aplicação, pelo governo do presidente Michel Temer, aguarda o rendimento de alguma popularidade, já que é exagerado pôr só na conta da operação Lava Jato a desaprovação na margem de erro da gestão:

- "avançar a agenda reformista, cortar ministérios, instituir critérios de avaliação para o funcionalismo, reduzir privilégios, defender privatizações e concessões, recuperar capacidade regulatória e superar a crise de financiamento do Estado".

Depois, as assertivas não estabelecem a menor ponte com PT, PDT, PC do B ou mesmo a ala não governista do PSB:

- Dobra a reivindicação sobre a paternidade de políticas de distribuição de renda;
- Dobra a crítica ao suposto caráter assistencialista do Bolsa Família; e, para piorar fulmina: "nosso legado [do PSDB] foi exaurido pelo populismo e pela irresponsabilidade dos governos petistas".

Caso Alckmin chegue ao segundo turno contra Bolsonaro, num cenário sem Lula, o que é pouco provável que haja duas candidaturas de direita, o voto no quanto pior melhor da esquerda poderia prevalecer, sobretudo se os "acenos à esquerda" forem deste naipe do "Gente em primeiro lugar".

Nos EUA, o voto ou a abstenção de protesto da esquerda em Trump foi uma realidade, inclusive com correspondente torcida em outros países, sob outro idílio: o de que o caos poderia produzir uma ascensão das esquerdas, agregada com uma clareza programática maior.

E quais as razões? As frágeis pontes de Hillary, extremamente vinculada ao establishment, assim como Alckmin, com a esquerda americana, incluindo o governo de Barack Obama e os ventos soprados na vela de Bernie Sanders.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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