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    Paulo Moreira Leite

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    Além de condenar Bolsonaro, é preciso desmontar herança maligna no petróleo

    "Mais uma vez, os trabalhadores organizados apontam o caminho para a reconstrução nacional após o pesadelo Michel Temer-Jair Bolsonaro"

    (Foto: Sindipetro MG)

    Numa mobilização que pretende desfazer uma das grandes pilhagens de nossas riquezas em tempos recentes — a privatização da Refinaria Landulfo Alves, na Bahia — os petroleiros retomam sua mobilização para desfazer um dos símbolos da farra de privatizações promovida após a prisão de Lula e o golpe que afastou Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade. Pedem apoio das entidades e lideranças da sociedade civil, e têm direito a receber todo apoio.

    Já na época da venda da refinaria, consumada em 2021, num acordo escandalosamente desvantajoso para o país, que, além de ser desfalcado em petróleo, recebeu 50% do valor de mercado da refinaria, a venda para o grupo árabe Mubadala enfrentava oposição de entidades e partidos progressistas do país inteiro.

    No início da década, os petroleiros se mobilizaram numa resistência de traços respeitáveis, que se apoiava nas raízes de uma das campanhas políticas que se encontra no coração da República — o Petróleo é Nosso. Mas a venda foi consumada de qualquer maneira, num coquetel vergonhoso de entreguismo, que reunia preços aviltantes para o Estado brasileiro e presentes constrangedores para autoridades envolvidas na transação.

    "É o caso do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que recebeu de autoridades árabes um conjunto de abotoaduras e, terço, anel e relógio confeccionados em ouro rosé, durante viagem da comitiva presidencial ao Oriente Médio, em outubro de 2021, um mês antes da conclusão da venda da Rlam", denunciou a Federação dos Petroleiros, em nota divulgada nesta quarta-feira, 10, lembrando uma acusação que até hoje integra o conjunto de presentes suspeitos deixados pelo negócio, ainda à espera de uma investigação de verdade.

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    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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