Alguns desafios para 2025

Em 2025, o governo Lula e o povo estarão sob forte cerco e ataque da burguesia, em suas várias frentes: mercado, agronegócio, imprensa, Congresso Nacional, direita e extrema direita, etc. 

Os setores neoliberais e fundamentalistas vão querer continuar cortando direitos e conquistas históricas do povo nas áreas da educação, saúde, seguro-desemprego, BPC e outras conquistas sociais como, por exemplo, ameaças às pautas históricas das mulheres (PEC do estupro), da juventude, criminalização de sem-terra e sem-teto que fazem ocupações. 

Somado a tudo isso a conjuntura para 2025 aponta para o aumento da violência contra os indígenas, quilombolas, povos originários, militantes dos direitos humanos e de movimentos populares, principalmente contra a juventude, mulheres e o povo preto que mora nas periferias. 

Neste ano que se finda, o governo Lula proporcionou avanços importantes, mesmo diante de forte cerco: mais de 25 milhões deixaram a pobreza nos anos de 2023/2024, aumento da renda em 37% para os mais empobrecidos,  crescimento do PIB próximo a 4%, menor desemprego desde 2013, além da inflação controlada, apesar do terrorismo financeiro exigindo corte nos investimentos, nas políticas públicas e redução de direitos. 

Para 2025, temos alguns desafios, se quisermos de fato ter um feliz Ano Novo. Lembremos que o Congresso Nacional não aprovou a proposta de isenção do IR para quem ganha mais de cinco mil reais e cobrança de 10% para quem ganha mais de 50 mil reais por mês. O Congresso Nacional, especialmente a Câmara dos Deputados, continua extorquindo o governo Lula através das emendas parlamentares, que já somam 52 bilhões de reais por ano, quase 30% do valor verbas discricionárias. Um absurdo que precisa ser enfrentado. 

Portanto, temos alguns desafios para 2025, como rearticular as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que em sintonia com os partidos do campo de esquerda e progressista precisam voltar a fazer mobilizações nas ruas e nas redes. O governo precisa melhorar a comunicação. Avaliamos que tem três pautas que podem nos ajudar no processo de articulação e mobilização para 2025. São elas: taxar os super-ricos e isentar os mais pobres; fim da escala 6x1; sem anistia para os golpista e defesa da democracia. 

Não nos iludamos. Em 2025 a burguesia, a direita e a extrema direita aumentarão o cerco e o ataque contra o governo Lula e contra o povo, para que nosso campo chegue em 2026 nas cordas. 

Por isso, a luta política em 2025 é fundamental para equilibrarmos a correlação de força, com o objetivo de chegarmos na eleição em 2026 menos dependente do centrão, com um programa de governo popular capaz de derrotar nas urnas as forças dos retrocessos e do fascismo. Nosso desafio é gigantesco, é uma tarefa árdua e difícil, mas  é possível! Por isso acreditamos que podemos fazer de 2025 um ano de mais lutas e mais conquistas.

Raimundo Bonfim

Coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP)