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    César Fonseca

    Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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    Anistia é novo golpe de Bolsonaro na democracia

    O bolsonarismo não conseguiu criar fato político em Copacabana

    Ato bolsonarista em Copacabana, Rio de Janeiro - 16/03/2025 (Foto: Reuters)

    É complicado anistiar quem pratica terrorismo contra a democracia, sentenciou uma excelência jurídica do TSE.

    Anistiar o terrorista seria desacreditar na democracia.

    A democracia concorda com a disfuncionalidade intrínseca  em si mesma ao anistiar quem tenta destruí-la.

    Não seria a sua própria destruição como produto do homem que se rende ao terror?

    O Congresso está diante do seu máximo desafio: perdoar ou não o terror que nega a democracia.

    Se perdoar está ou não condenado a democracia à morte pelos que atentam contra ela?

    A anistia é ou não um golpe de morte na democracia, se o anistiado praticou crime contra democracia?

    O valor maior é a democracia ou a anistia?

    A anistia tem que exigir a morte da democracia para se salvar como valor maior para a sociedade?

    Ou a democracia tem que condenar os que atentam contra ela, os golpistas, já que anistia-los seria negação da própria democracia.

    Bolsonaro está perdendo todas as batalhas com seu discurso pela Anistia como beneficiário dela contra os crimes que praticou.

    O palanque esvaziado no Rio foi balde de água gelada no bolsonarismo.

    Os organizadores esperavam um milhão de pessoas em Copacabana.

    Com muito boa vontade, a multidão não chegou às vinte mil.

    Se tivesse bombado, o projeto de lei da Anistia aos golpistas ganharia força.

    Esvaziado pela falta de povo bolsonarista, a proposta tenderia a se arrastar.

    O novo presidente da Câmara não vai se queimar, botando para votação matéria controversa.

    A Anistia virou assunto controverso.

    As ruas estão se esvaziando para o bolsonarismo e sua força política reflete declínio.

    Aumenta a expectativa de o STF decretá-lo réu no próximo dia 25.

    O funil vai se estreitando.

    Pode ser que reste como saída a Bolsonaro a tentativa de virar mártir dentro da cadeia.

    Ou então fugir numa embaixada e tentar mobilizar o gado lá da Argentina de Milei.

    Bolsonaro queria, sobretudo, polarizar com o ministro Alexandre de Moraes, jogando-o contra a opinião pública.

    Mas, ficou mais difícil essa possibilidade, se o discurso não mobilizou multidão.

    O bolsonarismo não conseguiu criar fato político em Copacabana.

    A PF, diante do esvaziamento político do ex-presidente capitão, pode bater na porta dele já.

    É o que resta esperar para tentar virar mártir  e renascer das cinzas, para chamar a atenção de Donald Trump.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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