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    Ariovaldo Ramos

    Coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito Presbítero da Comunidade Cristã Reformada em São Paulo, SP

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    Até quando?

    Até quando assistiremos nossos políticos ameaçando as instituições da República sem perderem, imediatamente, seus mandatos ou cargos?

    Hamilton Mourão, Jair Bolsonaro e Luiz Eduardo Ramos (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)

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    Disse o profeta Habacuque: Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que razão me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei se afrouxa, e o juízo nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e o juízo se manifesta torcido.

    Parafraseando o profeta, poderíamos dizer: 

    Até quando assistiremos nossos políticos, com mandato ou cargo de confiança, ameaçando as instituições da República sem perderem, imediatamente, seus mandatos ou cargos? 

    Até quando os assistiremos fazendo apologia à tortura ou elogiando torturadores, sem enfrentar as barras dos tribunais e consequente perda do mandato?

    Até quando assistiremos tais pessoas disputando posições em nossa democracia, até mesmo de supremo mandatário, sem que suas candidaturas sejam impugnadas?

    Até quando veremos legisladores bolinando suas colegas de legislatura, fomentando, assim, a cultura do estupro, sem o indiciamento por crime inafiançável, para além da perda de mandato?

    Até quando assistiremos a quebra do estado laico, inclusive, por meio de tráfico de influências, isto é, por deslavada corrupção, sem uma crise institucional se instale, exigindo a demoção do governo?

    Até quando assistiremos a políticas que destroem a economia e a soberania da nação, que provocam a morte por negação e inação frente a pandemias, que provocam a fome e a mendicância, sem que os responsáveis sejam cobrados altura deste tipo de movimento que só pode ser classificado de genocídio?

    Até quando?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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