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    Ariovaldo Ramos

    Coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito Presbítero da Comunidade Cristã Reformada em São Paulo, SP

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    Auto o que?

    Como o EUA fez conosco, aliás mais de uma vez, sempre contando com os vendilhões da pátria, a Rússia está fazendo com a Ucrânia

    (Foto: Irina Rybakova/Serviço de Imprensa das Forças terrestres ucranianas/via Reuters)

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    Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul: Brics. 

    No governo popular, nos primeiros dois mandatos, o Brasil ajudou a formar essa aliança.

    Essa aliança continha uma grande porcentagem do território do planeta, cerca de 1/3 da população do planeta e poder de veto na Comitê de Segurança da ONU.

    Comercialmente, era capaz de se impor à OMC e, militarmente, era capaz de rivalizar com a própria OTAN.

    Essa aliança relativizava a liderança estadunidense, envolvia quatro continentes, e trazia a Rússia e a China para o espaço que o EUA considera o seu quintal.

    O EUA declarou guerra ao Brics, atacando o Brasil.

    Não precisou da guerra formal porque contou com traidores no Brasil, isto é, com o que o Gal Franco chamou, na Espanha, de quinta coluna. 

    Esses traidores deram um golpe de estado, inviabilizaram, por meio de propaganda massiva e mentirosa ao Partido dos Trabalhadores, e prenderam o presidente que havia feito a aliança, impedindo-o de participar das eleições que, provavelmente, ganharia. 

    Depois de todo esse movimento, foi garantida a eleição de um presidente pró Estados Unidos, que está transformando o Brasil numa grande fazenda, num paraíso fiscal para os financistas, e num paraíso para o banditismo seja mafioso ou miliciano. 

    Quanto ao restante do Brasil, essa política alinhada com a geopolítica, que nos declarou guerra, destruiu. 

    Seja a educação, a economia, os direitos trabalhistas, as políticas sociais, como ao parque industrial. 

    Agora estamos assistindo a guerra formal da Rússia contra a Ucrânia, graças à insinuação estadunidense de que a Ucrânia poderia vir a participar da OTAN, o que, por meio de tratado, a Ucrânia e outras nações ligadas ao passado soviético haviam garantido que não fariam.  

    Como a Ucrânia, que perdeu a Crimeia, não quis perder mais duas regiões separatistas, e acreditou que os europeus impediriam a escalada militar russa, bateu o pé em prol da auto-determinação dos povos, não só foi atacada como está a ser invadida pela potência mandatária. 

    Como o EUA fez conosco, aliás mais de uma vez, sempre contando com os vendilhões da pátria, a Rússia está fazendo com a Ucrânia; deixando claro que esse negócio de auto-determinação dos povos não existe, o que existe é a determinação das grandes potências.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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