Big Techs articuladas com o complexo militar dos EUA
'A guerra cibernética vai muito além do uso dos drones para transportar armas e jogar bombas', escreve o colunista Roberto Moraes
Essa matéria ao lado (e neste link) de um jornalista brasileiro, Pedro Teixeira da FSP, que por ironia do destino viajou aos EUA a convite da AWS (subsidiária da Amazon), traz importantes elementos para se avaliar como as Big Techs americanas já atuam junto e articuladas com o complexo militar dos EUA.
A breve reportagem (publicada no online ontem e hoje na versão impressa p.12, seção Mercado) detalha a reação de trabalhadores da Big Tech Amazon contra a direção da companhia no acordo (contrato) em curso com Israel para fornecimento de infraestrutura digital com uso dos datacenters, nuvens, Big Datas e IA que estão servindo ao genocídio de Israel em Gaza contra os palestinos.
O caso reforça a interpretação de que a AWS (subsidiária Amazon que atua na armazenagem de dados com data centers já trabalha para a Defesa, FA, CIA e segurança interna dos EUA e em articulação com os exércitos de Israel e Ucrânia e confirmam uso não apenas dos Big datas e nuvens, mas softwares de reconhecimento facial, espionagem e IA na localização de palestinos e das minas na guerra Ucrânia com a Rússia.
Portanto, se percebe que a guerra cibernética não é coisa de futuro, ela já é real e vai muito para além do uso dos drones para transportar armas e jogar bombas. Esse caso da Amazon reafirma o poder das Big Techs como braços e mente das FAs e do Deep States dos EUA. Israel x Gaza e Ucrânia x Rússia parecem laboratórios para algo maior.
O aprofundamento dessas questões nos levam à interpretação sobre como acaba sendo limitada a discussão sobre a regulação sem uma infraestrutura digital própria e um projeto de IA estatal que nos dê um mínimo de soberania. Aparenta aquilo que antes era uma conjectura: o Deep State, FA, Wall Street e Big Techs são agentes e instrumentos únicos de poder na disputa geoeconômica e geopolítica por parte dos EUA no esforço de manutenção da sua soberania.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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