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Eduardo Guimarães

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Bolsonarismo precisa ser proibido

"É virtualmente impossível a convivência pacífica com a ideologia derivada dos 'pensamentos' de um homem que pregava tortura", escreve Eduardo Guimarães

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

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Jamais imaginei que escreveria frase como a que intitula este texto. O direito a divergir é a base da democracia. Esta, para ser real, requer a convivência pacífica ampla entre as correntes de pensamento, entre todas as culturas, generos, etnias, credos etc. 

A questão é que é virtualmente impossível a convivência pacífica com a ideologia derivada dos, vá lá, "pensamentos" de um homem que pregava tortura e genocídio de "ao menos trinta mil pessoas", arrematando que se morressem "alguns inocentes, tudo bem". 

O Bolsonarismo estimula o ódio, estimula o pior das pessoas. Dois exemplos de horrores que ocorrem amiúde em razão dessa ideologia pervertida; a invasão de uma festa de aniversário -- onde havia mulheres e crianças -- por um indivíduo armado até os dentes gritando que mataria a todos no local e, ainda, a idealização de uma lei que faria mulheres e até crianças pré-adolescentes serem presas (Fundação Casa) por terem sido estupradas e engravidado em decorrência disso. 

Mais exemplos? Fanáticos religiosos bolsonaristas espalham ódio e racismo contra religiões de matriz africana e contra homossexuais, expondo todos esses a violência facilitada por armar hordas de desequilibrados, que, semana sim e outra também, cometem crimes passionais por não admitirem divergência. 

O Bolsonarismo também matou pessoas através da ignorância que espalha. No mínimo, dezenas de milhares delas - há quem fale em centenas de milhares pregando infração de medidas sanitárias durante uma pandemia e uso de medicamentos ineficazes e mentiras contra vacinas. 

Nem vamos falar da corrupção. Essa não tem ideologia. E há leis para casos concretos e provados. Mas não há lei contra uma ideologia facilmente equiparável ao nazismo. Boa parte do ideário bolsonarista pode ser facilmente encontrado no infame "Mein Kampf". 

Aliás, o Bolsonarismo faz tudo aquilo que a Lei 7.716/89, de 5 de janeiro de 1989, veta e criminaliza. E entre o que essa lei criminaliza está uma ideologia política cujas coincidências com o bolsonarismo assustam dez entre dez cientista políticos (verdadeiros, claro). 

Senão, vejamos: 

"LEI 7.716/89 - 5 DE JANEIRO DE 1989

 Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)"

A lei do racismo (7.716/89) evoluiu para a lei 9.459, que inclui outros tipos de intolerância no texto legal. 

"LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997.

Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.

Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:

'Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.'

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa"

O bolsonarismo é antissocial. O mero estudo superficial da obra infame de Adolf Hitler contém coincidências assustadoras entre o nazismo e o bolsonarismo. 

A maior de todas é a de que Adolf Hitler começou sua odisséia de ódio utilizando suas hordas de apoiadores -- que, em lugar de usarem camisas amarelas, usavam-nas pardas -- para constranger e, em seguida, agredir e até matar quem pensava diferente. 

STURMABTEILUNG, abreviada para SA (em alemão, "Destacamento Tempestade") e usualmente traduzida como "Tropas de Assalto" ou "Secções de Assalto", foi a milícia paramilitar durante o período em que o Nazismo exercia o poder na Alemanha.

Hitler deu nome ao seus esbirros: Sturmabteilung, abreviada para SA (em alemão, "Destacamento Tempestade"), era usualmente traduzida como "Tropas de Assalto" ou "Secções de Assalto". Foi a milícia paramilitar durante o período em que o nazismo exercia o poder na Alemanha.

Bolsonaro tentou reprimir divergências com violência. Usou espancamentos e até assassinatos. E, assim como Hitler, iniciou sua obra macabra atacando os comunistas. Só depois de exterminar todos os comunistas da Alemanha voltou-se contra os judeus.

A centro-direita e a burguesia alemãs, que acabaram sendo vitimadas por Hitler, acharam que poderiam usá-lo para acabar com os comunistas e, depois, o controlariam ou descartariam. Onde foi que já vimos essa ilusão estúpida tomar os donos do capital?

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