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      Eduardo Guimarães

      Eduardo Guimarães é responsável pelo Blog da Cidadania

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      Bolsonaro e mídia ligam Lula e PT ao Hamas

      A intenção, segundo Eduardo Guimarães, é "surfar na maioria que se formou no país após ver notícias unilaterais na mídia"

      Lula e os conflitos entre Israel e Palestina (Foto: Reuters)

      Uma aliança inesperada surgiu desde a explosão de nova crise no Oriente Médio. Bolsonaro, Folha, Veja, Globo, Estadão etc. tentam ligar Lula ao Hamas com a óbvia intenção de surfar na maioria que se formou no país após ver notícias unilaterais na mídia. 

      O presidente Lula (PT) se manifestou no início da tarde de sábado (7) a respeito dos ataques do grupo Hamas em Israel que ensejaram uma declaração de guerra do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu:

      "Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas", disse o presidente

      Na mensagem, porém, o presidente diz ainda que deve ser buscada uma solução para o conflito que “garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”.

      Foi o que bastou para a mídia começar a vinculá-lo ao grupo guerrilheiro palestino com a óbvia intenção de intrigá-lo com a maioria conservadora do país e com a comunidade de países desenvolvidos, todos francamente refratários à causa palestina e a qualquer comiseração pelo sofrimento daquele povo, espremido em um território microscópico e condenado a condições degradadantes. 

      O jornal Folha de SP cravou: 

      "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (7) ter ficado chocado com os ataques contra civis em Israel, que ele descreveu como 'terrorismo' (...) Mas sem mencionar o grupo islâmico extremista Hamas, que assumiu a autoria dos ataques".

      Aí começou a campanha para envolver Lula com um dos lados da disputa. 

      Jair Bolsonaro repudiou no sábado (7) o ataque do Hamas a Israel. Em seu perfil no X, ele relacionou os responsáveis pelo ataque a Lula e disse que o Hamas deu parabéns ao petista pela vitória nas eleições de 2022.

      O Estadão diz que ministros de Lula divulgaram nota contrária à classificação do Hamas como grupo terrorista em 2021 e cita documento, assinado pelos então deputados petistas, em que afirmam que classificar o grupo como ‘organização terrorista’ consiste em uma ‘extensão da política colonial britânica’

      O jornal O Globo diz que "em meio à guerra em Israel, MST emite nota em apoio à Palestina: 'Resistência reagiu de maneira legítima'. Posicionamento do movimento social não cita nominalmente o grupo Hamas, autor dos ataques que ocorrem desde sábado no Oriente Médio"

      O portal G1 diz que "Em 2021, dez deputados do PT divulgaram nota contrária à classificação do Hamas como grupo terrorista". 

      O site Poder 360 relata que Celso Amorim disse, em livro, que o Hamas tem papel central na Palestina é encorajador, e que o ex-ministro escreveu “Engajando o mundo: a construção da política externa do Hamas”, publicada no Brasil antes de ataque a Israel.

      Já a BBC News Brasil publica a matéria "Direita, esquerda: como conflito Hamas-Israel afeta a polarização no Brasil". O texto diz que "Nas redes sociais, políticos de direita como o Bolsonaro (PL), que nos últimos anos associou sua imagem à defesa do Estado de Israel, associou o Hamas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)". A matéria não cita o resto da imprensa. 

      É óbvia a intenção da mídia e de Bolsonaro de envolverem Lula e o PT no noticiário sobre o ataque do Hamas a Israel, sem, no entanto, citar o outro lado da moeda. Qual seja, o fato de que a população palestina vive em um campo de concentração israelense.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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